ECONOMIA – G10 Bank expande operações e inaugura agências físicas em quatro estados para apoiar empreendedores das favelas

O G10 Bank, um banco comunitário fundado em Paraisópolis, uma favela na zona sul de São Paulo, está expandindo suas operações com a abertura de agências físicas em quatro estados diferentes. A primeira agência foi inaugurada no mês passado dentro da própria comunidade onde o projeto teve início.

O CEO do G10, Gilson Rodrigues, explicou que a proposta da instituição é ser um banco de desenvolvimento, com foco especialmente no apoio aos empreendedores das favelas. Ele comparou o banco a uma versão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) voltada para as comunidades, com menos burocracia no acesso ao crédito.

Uma das características marcantes do G10 Bank é sua flexibilidade para lidar com a falta de formalidade com a qual muitos moradores das favelas lidam, o que torna difícil a apresentação de documentação exigida por bancos tradicionais. A avaliação de crédito é feita com base na relação com a comunidade, no planejamento dos investimentos e na renda dos potenciais clientes.

Os dados da pesquisa Persona Favela – Bancarização, realizada pelo NÓS Pesquisas, mostraram que 32% dos moradores de favelas reclamam da demora na aprovação de crédito por parte dos bancos tradicionais. Além disso, 29% enfrentam dificuldades para acessar empréstimos devido ao histórico financeiro.

O plano inicial do G10 era criar uma moeda local para circular em Paraisópolis, mas diante dos riscos envolvidos, a ideia foi descartada. Em vez disso, o banco passou a oferecer um cartão de crédito chamado Nova Paraisópolis, antes de mudar sua abordagem para a criação de agências físicas e outros serviços financeiros.

Atualmente, o G10 Bank conta com cerca de 5 mil clientes e pretende alcançar 20 mil até o final do ano. O banco também já disponibilizou R$ 1 milhão em crédito para 200 empreendedores, mostrando seu compromisso com a inclusão financeira das comunidades onde atua.

As agências do banco serão abertas em comunidades de outros estados, como Heliópolis em São Paulo, Sol Nascente no Distrito Federal, Aglomerado da Serra em Belo Horizonte e Casa Amarela em Recife. A proximidade com os moradores das favelas e o atendimento presencial são vistos como essenciais para a população que ainda enfrenta dificuldades com o acesso digital aos serviços bancários.

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