ECONOMIA – França pode causar consequências trágicas ao atrasar fechamento do acordo entre Mercosul e União Europeia, alerta ministro da Fazenda.

Uma possível tentativa da França de atrasar o fechamento do novo acordo entre o Mercosul e a União Europeia pode resultar em consequências trágicas, alertou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Durante uma viagem a Nova York, o ministro ressaltou que o acordo precisa ser concluído até dezembro, uma vez que a sobrevivência do bloco sul-americano está diretamente ligada ao resultado das eleições na Argentina.

Em um painel realizado na Universidade de Columbia, em Nova York, intitulado “A Economia Brasileira Rumo à Transformação Ecológica”, Haddad afirmou que o presidente Lula vem pressionando a Europa para que o acordo seja finalizado ainda este ano. Segundo o ministro, caso o acordo não seja fechado e haja um resultado “exótico” nas eleições argentinas, as consequências para o Mercosul serão preocupantes. Ele ainda ressaltou que países como a França precisam levar em consideração as implicações de um possível atraso.

Haddad enfatizou a importância do fechamento do acordo, já que a criação de uma nova zona de livre-comércio desempenharia um papel crucial no deslocamento do “centro de gravidade” da economia global.

Outro assunto abordado pelo ministro em sua estadia em Nova York foi a possibilidade de o Brasil utilizar sua matriz energética verde como um trunfo nas negociações bilaterais com os Estados Unidos. Mesmo sem um acordo de livre-comércio com os americanos, o Brasil poderia buscar um status privilegiado com base em sua relação histórica, cultural e geográfica com o país. Haddad destacou que a agenda verde é um ponto em comum entre as nações, uma vez que os Estados Unidos estão interessados em diminuir a “pegada de carbono” de seus consumidores.

Durante a tarde, o ministro se encontrou com o enviado presidencial dos Estados Unidos para o Clima, John Kerry, em uma reunião bilateral. Embora o encontro tenha sido privado, Haddad e Kerry participaram de um evento promovido pela Universidade de Harvard logo em seguida.

Em relação à meta do governo brasileiro de zerar o desmatamento na Amazônia até 2030, Haddad expressou confiança de que isso é possível. Ele ressaltou o engajamento do governo nessa questão e acrescentou que a preservação da floresta amazônica faz parte da transformação ecológica que o Brasil busca promover. Além disso, Haddad destacou o potencial do país para aumentar a produção de energia limpa, tanto para consumo interno como para exportação e para a manufatura de produtos verdes.

Em relação à presidência brasileira no G20, Haddad afirmou que o Brasil aproveitará o mandato para trazer discussões importantes para a agenda, como o endividamento dos países e os altos juros globais. Ele ressaltou a necessidade de encontrar soluções para os problemas enfrentados pela maioria dos países, incluindo a questão do endividamento e dos juros altos.

Diante do aumento dos gastos públicos decorrentes do conflito entre Rússia e Ucrânia, o ministro Haddad ressaltou a importância de os governos prestarem atenção aos mais pobres, em vez de investirem em armamentos. Ele destacou a necessidade de atitudes mais generosas em um momento de tanta miséria no mundo.

Em suma, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, alertou sobre as possíveis consequências trágicas de um possível atraso no fechamento do acordo entre o Mercosul e a União Europeia, ressaltando a importância de concluir o acordo até dezembro. Além disso, ele abordou a possibilidade de o Brasil utilizar sua matriz energética verde como um trunfo nas negociações com os Estados Unidos e expressou confiança na capacidade do Brasil de zerar o desmatamento na Amazônia até 2030. Por fim, Haddad ressaltou a importância do Brasil utilizar sua presidência no G20 para impor discussões relevantes e enfatizou a necessidade de ações mais generosas em um contexto global de miséria.

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