ECONOMIA – Faturamento da indústria de transformação cai 0,5% em setembro, aponta pesquisa da CNI.

A atividade da indústria de transformação apresentou perda de dinamismo de acordo com a pesquisa mensal da Confederação Nacional da Indústria (CNI) referente ao mês de setembro. Os indicadores industriais apontam que o faturamento real do setor registrou uma queda de 0,5% em relação a agosto, enquanto as horas trabalhadas tiveram um recuo de 1% e a utilização da capacidade instalada continuou em tendência de queda, com redução de 0,3 ponto percentual. Esses dados indicam uma desaceleração da indústria de transformação no período.

Segundo a CNI, um fator importante que ainda contribui para essa desaceleração é a alta taxa de juros. Mesmo com o início dos cortes da taxa básica de juros, ela ainda exerce um papel restritivo sobre a economia, influenciando um ambiente de crédito desfavorável. De acordo com a economista da CNI Larissa Nocko, espera-se uma redução das concessões de crédito às empresas neste ano, além de um crescimento fraco das concessões aos consumidores, o que já está refletindo em uma demanda enfraquecida.

Nesta terça-feira (31), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) iniciará a sétima reunião do ano para definir a taxa básica de juros, a Selic. É esperado que a taxa seja reduzida dos atuais 12,75% ao ano para 12,25% ao ano. Será o terceiro corte desde agosto. Vale lembrar que de março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, em um ciclo de aperto monetário que visava conter a demanda aquecida e controlar a inflação.

No entanto, além da Selic, outros fatores também são considerados pelos bancos na hora de definir as taxas de juros cobradas dos consumidores, como o risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Taxas mais altas podem dificultar a expansão da economia, enquanto uma redução da Selic tende a tornar o crédito mais barato, incentivando a produção e o consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

Quanto aos dados da indústria, o faturamento apresentou altas e baixas ao longo do ano, mas o terceiro trimestre indica uma trajetória de queda. Comparado a setembro de 2022, houve uma redução de 1,4% no faturamento. As horas trabalhadas registraram o quarto mês consecutivo sem avanços e tiveram um recuo de 3,5% em relação ao mesmo mês do ano passado. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) da indústria de transformação atingiu 78,1% em setembro, mostrando uma redução de 2,8 pontos percentuais em relação a setembro de 2022.

Em relação ao emprego, houve estabilidade em setembro, com uma pequena variação negativa de 0,1%. Desde maio, esse indicador vem alternando entre meses de estabilidade e queda, confirmando a perda de dinamismo no período recente, conforme avalia a CNI. Por outro lado, a massa salarial e o rendimento médio do trabalho continuam apresentando trajetória de crescimento.

O rendimento médio real teve um aumento de 1,6% em setembro em comparação ao mês anterior. No ano, esse indicador variou entre avanços e quedas, porém, as altas foram mais intensas que as quedas. Já a massa salarial real da indústria de transformação teve um crescimento de 1,5% em setembro em relação a agosto e um avanço de 3,1% em relação a setembro de 2022.

Em resumo, a pesquisa mensal da CNI revela a perda de dinamismo da indústria de transformação em setembro, com queda no faturamento, horas trabalhadas e utilização da capacidade instalada. Os juros altos ainda são apontados como um fator de desaceleração da indústria, mesmo com os cortes da taxa básica de juros. A expectativa é que o Copom realize mais um corte na Selic, buscando estimular a atividade econômica e o consumo. Porém, outros fatores além da taxa de juros também influenciam a definição das taxas de juros cobradas pelos bancos. Além disso, os dados da indústria indicam uma trajetória de queda no faturamento e horas trabalhadas, enquanto o emprego se mantém estável e a massa salarial e o rendimento médio do trabalho seguem em crescimento.

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