Uma informação inédita trazida pelo estudo é o impacto da pandemia de covid-19 na expectativa de vida do brasileiro. A pesquisa indicou que, pela primeira vez, os números de 2020 (76,8 anos) e 2021 (77 anos) não incluíam os óbitos provocados pela doença. Isso demonstra a influência da crise sanitária no aumento das mortes e na diminuição da expectativa de vida.
Uma revisão realizada pelo IBGE apontou que a esperança de vida no país em 2020 foi de 74,8 anos, dois anos a menos do que o estimado anteriormente, e em 2021, o ano com mais óbitos, foi de 72,8 anos, uma redução de 4,2 anos em relação à previsão inicial.
A pesquisadora do IBGE, Izabel Marri, avaliou que a expectativa de vida de 2022 representou uma recuperação em relação ao pior ano da pandemia. Ela ressaltou que, após o ano com o maior aumento de óbitos do mundo, foi possível recuperar um cálculo de expectativa de vida ao nascer.
No que se refere aos números anteriores à pandemia, a revisão do IBGE indicou as seguintes expectativas de vida: 2019 (76,2 anos), 2018 (76,1 anos), 2017 (75,6 anos) e 2016 (75,3 anos). Portanto, a expectativa de vida ao nascer em 2022 foi a menor desde 2017.
Para o ano de 2023, a pesquisadora Marri prevê que a expectativa de vida continuará crescendo, recuperando-se das perdas ocorridas durante a pandemia. Ela acredita que haverá uma recuperação ainda maior no próximo ano.
Em relação ao sexo, a expectativa de vida das mulheres foi de 79 anos, menor do que os 80,1 anos de 2019, e a dos homens foi de 72 anos, em comparação aos 73,1 anos de 2019. A probabilidade de morte do recém-nascido também aumentou, ficando em 12,84 por mil nascidos vivos em 2022, acima dos 11,94 por mil de 2019.
Portanto, os dados divulgados pelo IBGE destacam a influência da pandemia de covid-19 na expectativa de vida ao nascer no Brasil, além de apontar para a perspectiva de recuperação nos próximos anos.