ECONOMIA – Balança comercial brasileira registra superávit recorde de US$ 8,9 bilhões em setembro, impulsionada por queda nas importações de combustíveis.

A balança comercial brasileira apresentou um resultado positivo no mês de setembro, impulsionada pela redução das importações de combustíveis e pelo recorde na safra de grãos. Segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o superávit foi de US$ 8,904 bilhões, representando um aumento de 51,2% em relação ao mesmo mês do ano passado, pelo critério da média diária.

Esse resultado contribuiu para que o acumulado dos nove primeiros meses do ano atingisse um superávit de US$ 71,309 bilhões, o maior registro desde o início da série histórica, em 1989. Além disso, desde agosto, o saldo acumulado já ultrapassou o recorde do superávit comercial de todo o ano passado, que foi de US$ 61,525 bilhões.

No que diz respeito às exportações e importações de setembro, as exportações registraram um crescimento de 4,4%, totalizando US$ 28,431 bilhões. Já as importações sofreram uma queda de 17,6%, somando US$ 19,527 bilhões. Esse cenário se deve, principalmente, ao aumento na produção de grãos e petróleo, que compensou a queda dos preços internacionais de algumas commodities. Além disso, também é importante destacar a redução nos preços do petróleo e seus derivados como fatores que contribuíram para a retração nas importações.

No setor agropecuário, por exemplo, o aumento das exportações de grãos foi um importante impulsionador do resultado positivo. Enquanto isso, na indústria de transformação, houve uma queda na quantidade exportada, acompanhada de uma pequena redução nos preços médios. Já na indústria extrativa, que engloba a exportação de minérios e petróleo, houve um aumento na quantidade exportada, com uma queda nos preços médios.

Dentre os produtos com maior destaque nas exportações do setor agropecuário, destacam-se os animais vivos, a soja e o milho não moído. No setor extrativo, os minérios de cobre e concentrados, o petróleo bruto e os óleos brutos de petróleo foram os produtos com maiores altas nas exportações. Já na indústria de transformação, a carne bovina fresca, refrigerada ou congelada, a celulose e as gorduras e óleos vegetais registraram as maiores quedas.

Em relação às importações, alguns produtos tiveram fortes recuos, como o milho não moído, a borracha natural, o trigo e centeio, o gás natural, o carvão não aglomerado, os óleos brutos de petróleo, os compostos organo-inorgânicos e os adubos e fertilizantes químicos. No caso dos fertilizantes, a diminuição nos preços foi o principal fator que contribuiu para essa queda, apesar do aumento na quantidade importada.

Embora as commodities venham apresentando uma desvalorização nos últimos meses, o governo fez uma revisão ligeiramente positiva da projeção de superávit comercial para o ano de 2022. Agora, estima-se um saldo positivo de US$ 93 bilhões, maior do que a projeção anterior de US$ 84,7 bilhões feita em julho. As exportações devem se manter estáveis, enquanto as importações devem apresentar uma queda de 11,5%.

Vale ressaltar que as previsões do governo são mais otimistas do que as do mercado financeiro, que projetam um superávit de US$ 72,1 bilhões para este ano, de acordo com o boletim Focus divulgado pelo Banco Central. De qualquer forma, o resultado positivo da balança comercial brasileira é um indicativo de bons resultados para a economia do país, impulsionado principalmente pelo setor agropecuário e pela redução das importações de combustíveis.

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