ECONOMIA – Após queda em setembro, Dívida Pública Federal volta a subir em outubro; estoque passa de R$ 6 trilhões.

A Dívida Pública Federal (DPF) voltou a subir em outubro, após uma queda em setembro. Os números divulgados nesta quarta-feira (29) pelo Tesouro Nacional mostram que a DPF passou de R$ 6,028 trilhões em setembro para R$ 6,172 trilhões em outubro, um aumento de 1,58%. Esse aumento se deve ao baixo volume de vencimentos de títulos.

A barreira dos R$ 6 trilhões foi superada em abril, e mesmo com a alta em outubro, a DPF ainda está abaixo do previsto de acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), que estabelece que a DPF deve encerrar 2023 entre R$ 6,4 trilhões e R$ 6,8 trilhões.

A Dívida Pública Mobiliária (em títulos) interna (DPMFi) também subiu 1,6% em outubro, passando de R$ 5,834 trilhões em setembro para R$ 5,928 trilhões em outubro. O Tesouro emitiu R$ 46,12 bilhões em títulos a mais do que resgatou, principalmente em papéis vinculados a Taxa Selic e também contribuiu para a alta a apropriação de R$ 47,47 bilhões em juros.

A apropriação de juros pressiona o endividamento do governo, e no mês passado, o Tesouro emitiu R$ 72,224 bilhões em títulos da DPMFi, o volume mais baixo desde fevereiro deste ano.

No mercado externo, a alta do dólar em outubro aumentou o endividamento do governo. A Dívida Pública Federal externa (DPFe) subiu 1,05%, passando de R$ 241,78 bilhões em setembro para R$ 244,32 bilhões em outubro.

O colchão da dívida pública, reserva financeira utilizada em momentos de turbulência, subiu pelo segundo mês seguido, passando de R$ 810,31 bilhões em setembro para R$ 815,6 bilhões em outubro, cobrindo 8,7 meses de vencimentos da dívida pública.

A composição da DPF também mudou, com a emissão de títulos vinculados à Selic trazendo mudanças na proporção dos papéis corrigidos pelos juros básicos, que subiu levemente de 38,58% para 39,19% em outubro. A fatia de títulos prefixados caiu, passando de 26,39% para 25,98%, e a fatia de títulos corrigidos pela inflação na DPF também teve uma leve queda, passando de 30,81% para 30,65%. A parcela da dívida pública corrigida em dólar também teve uma redução, passando de 4,21% para 4,18%.

A queda do prazo médio da DPF de 4,14 para 4,09 anos e a mudança na participação dos detentores da dívida também foram destacadas no relatório do Tesouro Nacional. As instituições financeiras seguem como os principais detentores da DPF interna, com 28,3% de participação, seguidas pelos fundos de investimento, com 23,4%, e os fundos de pensão, com 23,3%. No entanto, a participação dos não residentes (estrangeiros) subiu para 10,2% em outubro.

Esses números mostram a complexidade e os desafios enfrentados pelo governo brasileiro na gestão da dívida pública, que é utilizada para honrar compromissos financeiros e tem um impacto significativo na economia do país.

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