Dólar sobe após intensificação do conflito em Gaza e investidores buscam proteção na moeda americana.

O dólar à vista encerrou a sessão desta sexta-feira, 13, com alta de 0,77%, cotado a R$ 5,0885, após atingir a máxima de R$ 5,1027 ao longo da tarde. Esse movimento é reflexo das incertezas causadas pela escalada do conflito no Oriente Médio, com a possível invasão terrestre da Faixa de Gaza por tropas israelenses. Diante desse cenário, os investidores intensificaram a busca por proteção na moeda americana durante a segunda etapa de negócios.

Israel deu um prazo de 24 horas para a evacuação do norte de Gaza, o que foi rechaçado pelo grupo palestino Hamas e considerado inviável pela comunidade internacional. Essa situação de tensão geopolítica contribuiu para o estresse no mercado nesta sexta-feira.

No entanto, apesar das preocupações atuais, o dólar encerra a semana com baixa de 1,43%, refletindo a perspectiva cada vez maior de que não haverá aumento de juros nos Estados Unidos em novembro. Vários dirigentes do Federal Reserve têm afirmado nos últimos dias que a taxa de juros já está restritiva. No mês de outubro, o dólar acumula uma valorização de 1,23%, principalmente devido à sua forte alta na primeira semana.

Além das questões geopolíticas, também houve um ajuste de posições em relação aos indicadores econômicos dos Estados Unidos. Ontem foi divulgado o índice de preços ao consumidor de setembro, que mostrou um resultado ligeiramente acima do esperado para o número cheio, mas as leituras de núcleo ficaram dentro das expectativas. Já nesta sexta-feira, uma pesquisa da Universidade de Michigan mostrou uma queda do sentimento do consumidor e uma piora na expectativa de inflação para os próximos 1 e 5 anos.

O índice DXY, que é uma referência para o comportamento do dólar em relação a 6 moedas fortes, apresentou uma leve alta hoje, ficando em torno de 106,700 pontos. As taxas dos Treasuries também recuaram, mostrando uma aversão ao risco por parte dos investidores. O retorno dos T-notes de 10 anos, que tinha chegado a 4,80% recentemente, agora está abaixo de 4,65%. O preço do petróleo também subiu ao longo da tarde, com o contrato do Brent para dezembro fechando a US$ 90,89 o barril, uma alta de 5,69%.

Segundo Rafael Ramos, sócio e diretor de derivativos e Câmbio da VEX Capital, o avanço das cotações do petróleo pode provocar uma alta na inflação, gerando consequências não apenas nos preços do mercado financeiro, mas também na atividade global.

Por enquanto, não há expectativa de mudanças na política monetária dos Estados Unidos devido à guerra no Oriente Médio. O monitoramento do CME Group indica mais de 90% de chances de que o banco central americano mantenha a taxa de juros inalterada em novembro. O presidente do Federal Reserve da Filadélfia, Patrick Harker, afirmou que um “pouso suave na economia” parece cada vez mais provável, já que as taxas de juros não devem ser mais elevadas. Ele destacou que os efeitos do aperto monetário ainda serão sentidos e que as taxas precisarão permanecer altas por mais tempo.

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