O objetivo principal do documentário, de acordo com Shipton, é mostrar às pessoas as ações que os governos podem tomar para censurar a imprensa. Ele acredita que ao assistir ao documentário, o público estará mais preparado para futuros confrontos e terão as ferramentas necessárias para ajudar os governantes a entenderem que existem outras formas de governar um país.
Durante a entrevista, Shipton também destacou que a prisão de Assange é uma violação da liberdade de imprensa em todo o mundo. Ele fez um questionamento importante: será que algum jornalista estaria disposto a passar 14 anos na prisão e gastar milhões de dólares em advogados para lutar por sua liberdade? Ele acredita que o jornalismo está sob pressão em todo o mundo e é preciso agir para proteger essa liberdade fundamental.
O fundador do WikiLeaks foi preso na Inglaterra em 2019, após passar sete anos asilado na Embaixada do Equador. Atualmente, Assange enfrenta 18 acusações nos Estados Unidos, incluindo espionagem, devido à publicação de mais de 700 mil documentos secretos relacionados às guerras no Iraque e no Afeganistão, em 2010. Se for considerado culpado, ele poderá ser condenado a até 175 anos de prisão.
Shipton também aproveitou a oportunidade para agradecer o apoio do governo brasileiro na causa de Assange. Em maio deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou, em Londres, que a prisão do jornalista é uma “vergonha”. Recentemente, o pai de Assange se reuniu com o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, que reforçou o compromisso do governo brasileiro com a luta de Assange e a liberdade de expressão.
A visita de Shipton ao Brasil traz à tona o debate sobre a liberdade de imprensa e o direito à informação. A prisão de Assange, um jornalista reconhecido globalmente por sua coragem em denunciar ações governamentais e expor informações confidenciais, levanta questões importantes sobre a proteção dos direitos fundamentais dos jornalistas e a importância da transparência para uma sociedade democrática. Sem dúvida, a divulgação do documentário “Ithaka – A Luta de Assange” contribuirá para estimular o debate e incentivar a reflexão sobre essas questões tão relevantes nos dias de hoje.