Dispositivo wearable pode detectar sinais do Alzheimer durante o sono, anos antes dos sintomas surgirem, afirmam pesquisadores da Universidade do Colorado

Pesquisadores da Universidade do Colorado desenvolveram um dispositivo inovador que pode detectar sinais precoces do Alzheimer durante o sono. O aparelho, que é um wearable, ou seja, pode ser vestido, é colocado na cabeça do paciente e funciona como um biomarcador digital, identificando padrões de ondas cerebrais relacionados à reativação da memória durante o sono.

Segundo os pesquisadores, esse dispositivo é como um rastreador de condicionamento físico para a saúde do cérebro. Ele permite a detecção de problemas mensuráveis com a reativação da memória em associação com níveis de proteínas como a amilóide e a tau, que se acumulam na doença de Alzheimer.

Os cientistas tiveram acesso aos dados de 205 idosos para realizar a pesquisa, analisando principalmente os níveis de proteínas anormais relacionadas à reativação da memória do sono. Eles descobriram que essas proteínas podem ser identificadas nos padrões de ondas cerebrais das pessoas anos antes dos primeiros sintomas da doença surgirem.

A identificação precoce desses biomarcadores pode ser extremamente benéfica, pois permitirá que os pacientes desenvolvam estratégias preventivas para combater a doença de Alzheimer antes que os sintomas apareçam. No entanto, os pesquisadores ressaltam que o dispositivo ainda precisa de mais pesquisas e aprimoramento.

Esse avanço científico pode representar um marco no uso de wearables como biomarcadores digitais para a detecção de doenças. Além do Alzheimer, outras pesquisas também têm explorado a relação entre a saúde do sono e doenças cognitivas. Um estudo realizado por pesquisadores do Laboratório de Neuroimagem dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos indicou que apenas uma noite de sono inadequado já resultou em um aumento da proteína beta-amiloide, que está associada ao Alzheimer.

Outras pesquisas corroboram esses achados, mostrando que uma rotina de sono insuficiente aumenta os casos de demência. Um estudo realizado na Universidade de Paris revelou que dormir menos de seis horas por noite elevou os casos de demência em cerca de 30% entre pessoas de 50 a 70 anos. Outro estudo, conduzido por pesquisadores de Harvard, mostrou que o sono inferior a cinco horas dobra o risco de déficit cognitivo em pessoas a partir dos 65 anos.

Essas descobertas ressaltam a importância de uma boa qualidade de sono para a saúde cerebral e destacam o potencial dos wearables como ferramentas para a detecção precoce de doenças. Ainda há muito a ser pesquisado nessa área, mas os avanços científicos trazem esperança para a prevenção e o tratamento de doenças neurodegenerativas.

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