O boletim Elas Vivem: Liberdade de Ser e Viver destacou um aumento de 22,04% em relação ao ano anterior, refletindo a gravidade da situação. A violência contra as mulheres se manifesta de diversas formas, desde ameaças e agressões até casos de feminicídio. A pesquisa revelou que 586 mulheres foram vítimas de feminicídio, significando que a cada 15 horas uma mulher perdeu a vida em razão do gênero.
Os dados apontam que a maioria dos casos de feminicídio foram cometidos por parceiros ou ex-parceiros, sendo as armas brancas e de fogo as mais utilizadas nesses crimes. A jornalista Isabela Reis, responsável pelo texto principal do relatório, ressaltou a importância da mobilização contra o feminicídio e outras formas de violência como medida de preservação da vida das mulheres.
Neste novo monitoramento, o estado do Pará passou a integrar a lista dos estados avaliados, ocupando a quinta posição no ranking com 224 casos de violência contra mulheres. A desigualdade social e o garimpo na Região Amazônica foram apontados como fatores que agravam as dinâmicas violentas nesses locais.
São Paulo foi o estado que apresentou o maior número de eventos de violência, seguido pelo Rio de Janeiro e Piauí, que registrou o maior crescimento percentual. Pernambuco teve 92 casos de feminicídio, a Bahia liderou em número de mortes de mulheres, o Ceará em transfeminicídios e o Maranhão em crimes de violência sexual.
A metodologia utilizada pela Rede de Observatórios inclui o monitoramento diário das notícias sobre violência e segurança, confrontando informações de diversas fontes e revelando casos que muitas vezes não são tipificados pela polícia. Esse trabalho possibilita uma análise mais precisa e complementar aos dados oficiais, contribuindo para a redução da subnotificação desses casos e para uma compreensão mais abrangente da realidade da violência contra as mulheres.