Segundo informações obtidas, a senhora trabalhava na casa há 15 anos, mas sem desfrutar de liberdade ou direitos básicos. Sua autonomia era limitada, cumprindo jornadas diárias extenuantes sem descanso semanal, folgas ou férias. A comunicação com o mundo exterior era praticamente inexistente, limitando-se apenas aos empregadores para os quais prestava seus serviços.
Apesar de possuir registro em carteira e receber salário, a trabalhadora não tinha controle sobre seu próprio dinheiro, com a senha de sua conta bancária sendo compartilhada com o patrão. O trabalho era incessante, de segunda a segunda, das 6h às 21h, sem qualquer interrupção, mesmo diante de problemas de saúde que a afligiam nos últimos anos.
O procurador do Trabalho, Thiago Gurjão, destacou a gravidade da situação, ressaltando que a trabalhadora estava sendo submetida a condições de vida e trabalho degradantes, violando seus direitos fundamentais e sua dignidade humana. O empregador, ao assinar um termo de ajustamento de conduta perante o MPT, comprometeu-se a pagar todos os direitos trabalhistas devidos à trabalhadora, bem como uma indenização por danos morais e seguro para garantir sua subsistência vitalícia.
A Polícia Federal agiu rápida e eficazmente, prendendo o empregador em flagrante, enquanto a trabalhadora foi acolhida pela equipe do Projeto Ação Integrada da Cáritas Arquidiocesana no Rio de Janeiro, em parceria com o MPT, para receber todo o suporte necessário nesse momento delicado.
Essa triste história serve como alerta para a necessidade de fiscalização e combate à exploração no ambiente de trabalho, garantindo que todos os trabalhadores sejam tratados com dignidade e respeito. A esperança é de que casos como esse sejam cada vez mais raros em nossa sociedade.