DIREITOS HUMANOS – Operações policiais na Baixada Santista não reduzem criminalidade, colocam policiais em risco e violam direitos, aponta Instituto Sou da Paz

No ano passado, a Polícia Militar deflagrou uma série de operações na Baixada Santista, visando combater a criminalidade violenta na região. No entanto, segundo o Instituto Sou da Paz, essas ações não resultaram em avanços significativos na redução da criminalidade, colocaram em risco a vida dos policiais e violaram os direitos das populações periféricas locais.

De acordo com dados da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), as operações na Baixada Santista foram marcadas por baixa eficácia, aumento da letalidade policial e crescimento de infrações relacionadas ao crime organizado, como roubo de cargas. O policiamento nas ruas também mostrou-se incapaz de evitar crimes como furtos, roubos e agressões.

Um dos pontos alarmantes levantados pelo Instituto Sou da Paz foi o aumento significativo de tentativas de homicídio durante as operações realizadas em agosto e setembro de 2023, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Além disso, os roubos de carga na região aumentaram 177%, demonstrando a atração do crime organizado pela movimentação de cargas em direção ao Porto de Santos.

As operações, como a chamada Operação Escudo, desencadeada após a morte de um policial militar no Guarujá, resultaram em um elevado número de mortes, sem impacto significativo na redução da criminalidade. O instituto destaca que, apesar do aumento das operações e do efetivo policial deslocado para a região, os resultados foram desanimadores, com um aumento de vários crimes violentos.

A atuação da Polícia Militar na Baixada Santista foi tão preocupante que levou a denúncias internacionais. O governador de São Paulo foi denunciado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU pela escalada da letalidade policial no estado, especialmente nas operações realizadas na Baixada Santista.

A SSP, por sua vez, defende as operações como necessárias para combater o tráfico de drogas na região, ressaltando as prisões de líderes criminosos, apreensão de armas ilegais e drogas. Apesar disso, as críticas do Instituto Sou da Paz destacam a necessidade de um trabalho mais eficiente, com foco em inteligência e investigação policial, para combater efetivamente a criminalidade na Baixada Santista.

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