Durante a primeira hora do protesto, uma liderança mencionou, em seu discurso, que nos últimos dois anos o evento deixou de ser realizado. Segundo essa liderança, o motivo para a interrupção foi a violência e a intimidação, sugerindo que o atual governo de Jair Bolsonaro estimulou um clima de animosidade contra os movimentos populares.
Uma mulher também afirmou que agentes de segurança pública tentaram impedir a realização do ato, mas ainda não há retorno da Secretaria de Segurança Pública sobre esse questionamento feito pela Agência Brasil. Durante a concentração, cerca de 30 agentes estão responsáveis pela segurança no local.
Os manifestantes defendem a candidatura de Guilherme Boulos à prefeitura de São Paulo nas eleições de 2024, exibindo bandeiras e utilizando um carro de som.
Ivanete Araújo, coordenadora do Movimento de Moradia na Luta por Justiça (MMLJ), destacou que a pandemia da COVID-19 evidenciou a vulnerabilidade da população excluída, mas também fortaleceu a articulação dos movimentos sociais. Para ela, é fundamental realizar esse movimento nas ruas para reivindicar moradia para todos, empregos, creches e evitar a criminalização dos movimentos que lutam por direitos.
Além disso, o evento também debate as privatizações em São Paulo. Paulo Pedrini, coordenador da Pastoral Operária, ressaltou em entrevista à Agência Brasil a importância da justiça social para todos. Ele destacou que áreas do município, como a Cracolândia, têm mostrado a necessidade do direito à cidade para todas as pessoas.
O movimento também está denunciando o genocídio negro e pedindo pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de lutar contra as privatizações no estado. Pedrini argumenta que, em muitos casos de privatizações, os serviços pioram e os preços cobrados da população aumentam.
Na última terça-feira (5), os movimentos também lançaram um plebiscito contra a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), do Metrô de São Paulo e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Durante o Grito dos Excluídos, o objetivo é discutir essa questão com a população e coletar votos contrários à privatização.
Além das manifestações, a organização do protesto está promovendo um café da manhã para pessoas em situação de rua na Praça da Sé, arrecadando roupas, sapatos e alimentos para ajudar os necessitados. O padre Julio Lancellotti está participando dessa ação solidária.