O projeto tem como objetivo dar visibilidade à história da matriz africana no Brasil, por meio da instalação de placas alusivas ao reconhecimento feito pelo Programa Rotas dos Escravizados da Unesco. Essas placas serão instaladas em locais como portos, igrejas, praças, terreiros de candomblé, quilombos e lugares onde ocorreram movimentos de resistência.
Almeida reforçou que a memória também é uma forma de luta e que o reconhecimento desses lugares é o primeiro passo para a criação de políticas de não repetição da escravidão. Ele destacou a importância de se discutir a escravidão como parte fundamental da formação econômica do Brasil, ressaltando que a escravidão não deve ser desvinculada das mazelas do país.
Além disso, o ministro anunciou que na segunda fase do projeto será feita a disseminação do projeto por meio de plataformas digitais, educação e cultura em direitos humanos. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, também enfatizou a importância do projeto, destacando a recuperação da história do Brasil e o desvendar da visão que retira a contribuição de negras e negros para a nação brasileira.
O projeto Sinalização e Reconhecimento de Lugares de Memória dos Africanos Escravizados no Brasil é uma parceria entre os ministérios dos Direitos Humanos e Cidadania, da Igualdade Racial, da Educação e da Cultura, com a Unesco e apoio da Universidade Federal Fluminense. O Cais do Valongo, onde o projeto foi lançado, é um patrimônio cultural mundial reconhecido pela Unesco em 2017, sendo o maior porto de desembarque de africanos escravizados nas Américas.