DIREITOS HUMANOS – Marcha das Mulheres Indígenas reúne cerca de 5 mil participantes em Brasília, apesar do calor e baixa umidade do ar.

A cidade de Brasília amanheceu com um clima quente e uma baixa umidade relativa do ar nesta quarta-feira (13), mas isso não desencorajou as participantes da 3ª Marcha das Mulheres Indígenas. Elas percorreram a pé os 4 quilômetros que separam o Eixo Cultural Ibero-Americano, antiga Funarte, da Esplanada dos Ministérios, na área central da capital federal.

Por volta das 9h, com os termômetros marcando 26 graus Celsius (°C) e a umidade relativa do ar na casa dos 40%, um grupo de mulheres iniciou a marcha. A mobilização da marcha teve início no domingo (10) e, segundo os organizadores, cerca de 5 mil participantes compareceram em Brasília.

Do alto do carro de som, uma das lideranças da marcha conclamou: “É hora de dizer que nossas dores afetam a toda a humanidade”. Conforme o grupo avançava, ocupando três das seis faixas de tráfego do Eixo Monumental, mais mulheres se juntavam à manifestação. A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, também esteve presente na marcha, transmitindo um vídeo através de suas redes sociais.

“Agora a marcha é na rua”, comemorou a ministra. Ela destacou a diversidade das mulheres presentes: “Somos mulheres de todas as regiões do Brasil, de todos os biomas e de diversos continentes, em marcha pelas ruas de Brasília”. Representantes de movimentos sociais de outros países, como Peru, Estados Unidos e Malásia, também marcaram presença.

As participantes carregavam faixas, cartazes, maracas e usavam adereços e pinturas corporais indígenas. Durante a marcha, entoavam cantos tradicionais e palavras de ordem, incluindo protestos contra o Marco Temporal, tese jurídica que limita os direitos constitucionais dos povos indígenas.

Com o lema “Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade pelas Raízes Ancestrais”, a marcha tem como objetivo principal acabar com a violência contra as indígenas e buscar tratamento igualitário entre homens e mulheres. Além disso, há outras causas em pauta, como acesso a cuidados de saúde de qualidade, educação, oportunidades econômicas e proteção da terra e recursos naturais.

A Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga), entidade organizadora da marcha, afirma que essas mulheres enfrentaram inúmeros desafios e injustiças ao longo de suas vidas, mas se recusam a continuar sendo silenciadas. Elas exigem mudanças e lutam pela igualdade de direitos.

O evento ainda terá um debate com a participação de ministras de Estado e um show de encerramento, às 18h, com a apresentação de artistas indígenas e convidadas. A 3ª Marcha das Mulheres Indígenas se mostra como uma oportunidade para a voz dessas mulheres ser ouvida e seus direitos serem reafirmados.

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