DIREITOS HUMANOS – Entidades pedem punição para agressores de jornalistas e antropólogos que investigavam conflito indígena em MS

No último final de semana, duas pessoas foram agredidas no estado de Mato Grosso do Sul. Os agredidos foram identificados como o jornalista canadense Renaud Philippe, de 39 anos, a antropóloga Ana Carolina Mira Porto, de 38 anos, e o engenheiro florestal Renato Farac Galata, de 41 anos. O caso ocorreu em meio a um conflito de terras entre comunidades indígenas e produtores rurais.

De acordo com as vítimas, eles foram atacados por um grupo de homens encapuzados e armados enquanto estavam trabalhando no sudoeste de Mato Grosso do Sul. As agressões aconteceram na tarde da última quarta-feira em Iguatemi. O grupo foi cercado por dezenas de homens armados e encapuzados enquanto estavam a caminho de uma aldeia indígena em Iguatemi, após ouvirem relatos de que dois indígenas da comunidade estavam desaparecidos.

As vítimas afirmaram que foram agredidas e ameaçadas de morte, além de terem seus pertences roubados. Segundo relatos, alguns dos homens mascarados agrediram principalmente Philippe, após ele se identificar como jornalista e tentar explicar que estavam na região a trabalho. Ele alega ter recebido vários chutes nas costas e costelas, além de ter tido um pedaço de seu cabelo cortado com uma faca.

As entidades brasileiras e internacionais manifestaram solidariedade aos profissionais agredidos e cobraram uma investigação rigorosa do caso. A polícia civil registrou o boletim de ocorrência, porém a Polícia Federal ficará responsável pela investigação, devido ao contexto de disputa de terras envolvendo comunidades indígenas.

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, comentou a importância da demarcação de terras indígenas, sem fazer menção às recentes denúncias de agressões. Ela destacou que a demarcação das terras é fundamental para combater a violência no campo.

O caso está sendo acompanhado pelas defensorias públicas da União (DPU) e de Mato Grosso do Sul (DPE-MS). A Polícia Federal informou que já realizou diligências nas localidades próximas ao local das agressões. A embaixada do Canadá também foi comunicada sobre o incidente e está prestando assistência consular aos cidadãos agredidos.

O ataque às vítimas gerou grande indignação e levantou questões sobre a segurança e proteção das comunidades indígenas no Brasil, assim como a conduta das autoridades em relação aos conflitos de terras. Este é mais um capítulo na longa luta dos povos indígenas por seus direitos e pelo reconhecimento de seus territórios tradicionais.

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