Formado em Filosofia e doutor em Educação, o autor enfatiza a importância de valorizar o presente e o passado para construir uma existência consciente e resistir às ameaças aos territórios e modos de vida dos povos originários. Em suas palestras e obras, Munduruku destaca a perspectiva ancestral dos indígenas, que enxergam o tempo como um ciclo contínuo, em contraposição à visão ocidental baseada na busca por um futuro distante.
O escritor recebeu reconhecimento em 2017 com o Prêmio Jabuti por seu livro “Vozes Ancestrais” e utiliza sua literatura voltada para crianças e adolescentes como uma forma de sensibilizar os adultos para questões urgentes enfrentadas pelas comunidades indígenas. Mesmo diante de desafios como a cobiça por territórios e crises humanitárias, Munduruku ressalta a resistência e a luta dos povos indígenas por autonomia e preservação de suas tradições.
Em relação ao futuro dos povos indígenas, o escritor aponta para as contradições presentes no atual contexto, marcado pela aceleração da destruição ambiental e pela crescente presença indígena em espaços de destaque. Com um olhar crítico sobre a realidade, Daniel Munduruku não se mostra pessimista, mas realista em relação aos desafios enfrentados pelas comunidades indígenas em um mundo dominado por sistemas econômicos lineares.
Através de suas obras e intervenções, o autor busca sensibilizar a sociedade para a importância de preservar a diversidade cultural e valorizar as vozes dos povos indígenas na construção de um futuro mais justo e sustentável. Sua atuação como divulgador da cultura indígena e sua postura crítica em relação aos modelos predominantes fazem de Daniel Munduruku uma voz fundamental na luta pela valorização e respeito aos povos originários.