DIREITOS HUMANOS – Críticas à utilização da Guarda Civil em intervenções na Cracolândia são feitas por entidade.

No último episódio de violência contra os moradores em situação de rua na Cracolândia, área conhecida pela concentração de usuários de drogas, agentes das forças de segurança pública voltaram a cometer abusos durante uma operação realizada na região. A ação ocorreu na quinta-feira (17), durante o Festival Cultura e Pop Rua, evento internacional que estava acontecendo na região.

No Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua, que é comemorado neste sábado (19) em memória às vítimas do Massacre da Sé, ocorrido em 2004, onde sete pessoas foram assassinadas e oito ficaram gravemente feridas, um morador de rua e artista, que participou do festival, relatou em vídeo obtido pela Agência Brasil a violência cometida pelos agentes policiais. Segundo Kleber, os agentes atiraram bombas de gás para dispersar o grupo próximo ao qual estava após o término de sua apresentação.

Durante a operação, Kleber teve sua camiseta nova queimada e seu boné danificado, além de terem levado seus pertences pessoais, incluindo o dinheiro que estava com ele.

Para Amarilis Costa, diretora executiva da Rede Liberdade, que atua em defesa dos direitos da população em situação de rua, a especulação imobiliária aliada à falha do poder público em adotar medidas de diversas áreas são fatores cruciais na situação da Cracolândia. Ela destaca que os coletivos têm sido importantes ao ouvirem as demandas das pessoas e entenderem as nuances da região.

Amarilis também denuncia o desvio de função da GCM (Guarda Civil Metropolitana) na região, afirmando que há um uso da força policial para coagir e criminalizar as pessoas em situação de rua. Ela também ressalta a necessidade de mudanças na abordagem da Polícia Militar.

Além disso, a Prefeitura de São Paulo tem monitorado de perto o fluxo de usuários de drogas na Cracolândia por meio de um painel de monitoramento. A ferramenta, concebida no Programa Redenção, mostra a variação no volume de pessoas desde o início do ano. A contagem considera aglomeração quando pelo menos 30 pessoas se reúnem. O monitoramento é feito em dois momentos do dia e tem revelado um aumento no número de pessoas durante o período vespertino.

A prefeitura também está investindo no monitoramento por câmeras, com o programa Smart Sampa, que prevê a instalação de 20 mil câmeras de segurança com reconhecimento facial até 2024. Segundo a prefeitura, as câmeras custarão R$ 9,8 milhões por mês e ficarão armazenadas por 30 dias.

A Agência Brasil entrou em contato com a prefeitura e a Secretaria da Segurança Pública, responsável pela polícia, mas aguarda retorno sobre as denúncias de violência contra os moradores em situação de rua na Cracolândia.

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