Os números revelam um aumento de 22,04% em relação ao ano anterior, totalizando 3.181 mulheres vítimas de diferentes formas de violência. A incidência de ameaças, agressões, torturas, ofensas, assédio e até feminicídios demonstra a grave situação enfrentada pelas mulheres no país. Foram registrados 586 casos de feminicídio, evidenciando que, a cada 15 horas, uma mulher perdeu a vida em decorrência de sua condição de gênero.
A jornalista Isabela Reis, responsável pelo relatório, ressaltou a importância da mobilização e denúncia contra o feminicídio e outras violências, destacando que a conscientização e ação da sociedade são fundamentais para salvar vidas. A ampliação do monitoramento para incluir novos estados, como o Pará, revela a necessidade de enfrentar as desigualdades sociais e os contextos específicos de cada região.
São Paulo se destacou como o estado com o maior número de eventos de violência registrados, seguido pelo Rio de Janeiro e Piauí, que apresentou um crescimento alarmante de quase 80%. O Nordeste também teve seus destaques, com Pernambuco registrando 92 feminicídios, a Bahia liderando em mortes de mulheres e o Ceará destacando-se pelos casos de transfeminicídio.
A metodologia adotada pela Rede de Observatórios da Segurança, que utiliza um monitoramento diário das informações veiculadas na mídia, contribui para uma análise mais completa e precisa da violência contra as mulheres. Ao nomear e registrar casos que muitas vezes não são tipificados pela polícia, como lesão corporal e ameaças, a rede combate a subnotificação e enriquece os dados oficiais, proporcionando uma visão mais fiel da realidade enfrentada pelas mulheres no Brasil.