Esses números também refletem a realidade do estado de São Paulo como um todo, com um aumento de 129% no número de mortes por policiais militares em serviço no primeiro bimestre de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023. Em todo o estado, foram registradas 112 mortes, enquanto no ano anterior foram contabilizadas 49.
O Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp) do MPSP desempenha um papel fundamental no controle externo da atividade policial na região, recebendo e divulgando os dados decorrentes de intervenções policiais. As informações são repassadas pelas polícias Civil e Militar à promotoria conforme determinações legais e resolução da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP).
A situação na Baixada Santista tem sido tão preocupante que levou uma comitiva composta por diversas entidades de defesa dos direitos humanos a realizar uma visita à região para colher depoimentos sobre as operações da Polícia Militar. Testemunhas relataram casos de intimidação, invasão de residências de vítimas e abordagens agressivas por parte dos policiais, gerando um clima de insegurança e medo entre os moradores.
O ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Claudio Silva, destacou a importância de uma avaliação mais profunda das operações policiais na região, especialmente com a participação da sociedade. Ele ressaltou as denúncias de abusos e violações de direitos dos moradores, tornando-se essencial uma revisão dos procedimentos adotados pelas autoridades policiais.
A Operação Escudo, que teve início após a morte de um soldado da Rota em 2023, resultou em um alto número de mortes em curto período de tempo. Moradores e entidades de defesa dos direitos humanos denunciaram execuções, tortura e abordagens violentas, colocando em xeque a legitimidade e propósito das ações policiais na região.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) defende que as mortes em decorrência de intervenção policial são resultado da reação violenta de criminosos à ação da polícia, ressaltando que todas as ocorrências são investigadas rigorosamente pelas autoridades competentes. No entanto, a sociedade e as entidades de direitos humanos continuam demandando transparência, accountability e respeito aos direitos fundamentais da população, diante do aumento alarmante da violência policial na Baixada Santista.