Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia Internacional, ressaltou que dois mil dias é um período muito longo para se esperar por respostas. Ela afirmou que é inaceitável que, mesmo após tanto tempo e recursos investidos no processo, ainda não tenha sido alcançada uma conclusão. Desde o dia do crime, a Anistia Internacional Brasil permanece mobilizada em busca de justiça para Marielle e Anderson. A organização continuará lutando com coragem pela causa.
A Anistia Internacional destaca que, nos últimos cinco anos, houve uma grande rotatividade de autoridades responsáveis pelo caso – seis delegados de polícia, quatro chefes da Polícia Civil, um interventor, 11 promotores de justiça, dois procuradores gerais de justiça, três governadores, dois presidentes da República e um superintendente da Polícia Federal. No entanto, apesar dessas mudanças, ainda não há resposta sobre os culpados.
No ato simbólico, participaram coletivos de mães e familiares de vítimas da violência do Estado, bem como grupos de defensores dos direitos humanos, que se uniram para reforçar o pedido de respostas. Luzes de LED foram utilizadas para transmitir a mensagem “2 mil dias sem Justiça”, acompanhadas por girassóis, simbolizando as sementes de Marielle e Anderson, e velas representando o símbolo da organização.
Em relação aos avanços nas investigações, destaca-se que, no início do governo Lula, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, mobilizou a Polícia Federal para trabalhar no caso em colaboração com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). O motorista responsável pelo veículo utilizado no assassinato, o ex-policial militar Élson Queiróz, confirmou os nomes dos envolvidos no crime em sua delação premiada com a Polícia Federal e o Ministério Público do Rio de Janeiro, mencionando sua própria participação, bem como a de Ronnie Lessa e do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa. É importante ressaltar que Queiróz também apontou o envolvimento de outras pessoas no crime, informação que permanece sob sigilo de Justiça.
De acordo com Flávio Dino, a colaboração premiada de Élcio de Queiroz representa um avanço significativo para a investigação, pois esclarece todas as dúvidas sobre a execução do crime, abrindo espaço para a identificação dos mandantes. O ministro ressaltou que a investigação agora avança para um novo patamar, que busca encontrar os responsáveis pelo assassinato de Marielle e Anderson.
Apesar da espera de dois mil dias, a Anistia Internacional continua lutando incansavelmente por justiça, transparência e esclarecimento dos fatos, buscando garantir que um crime tão brutal não fique impune. A organização segue pressionando as autoridades para que as investigações avancem e que, finalmente, os responsáveis sejam levados à justiça.