DIREITOS HUMANOS – América Latina e Caribe avançam no combate à fome, mas ainda há desafios a superar, aponta relatório da ONU.

Os países da América Latina e Caribe conseguiram avançar no combate à fome e à insegurança alimentar nos últimos anos, sobretudo em decorrência da melhora nos índices da América do Sul. Segundo o Panorama Regional de Segurança Alimentar e Nutrição na América Latina e no Caribe 2023, elaborado por cinco agências do sistema da Organização das Nações Unidas (ONU), o índice de fome na América Latina e no Caribe passou de 7% em 2021 para 6,5% em 2022, o que representa, em números absolutos, que 43,2 milhões de pessoas se encontravam nessa situação. Ainda assim, a taxa ficou 0,9% acima da registrada em 2019, ano imediatamente anterior à pandemia de covid-19. Entre a população mundial, a taxa se manteve estável em 9,2%.

A evolução dos índices na região sul-americana foi constatada entre 2021 e 2022, embora, ao mesmo tempo, na mesoamérica, a proporção da população que ainda convive com a fome ou insegurança alimentar em estágio moderado ou grave aumentou. No ano passado, 247,8 milhões de pessoas da região constituíam a parcela com insegurança alimentar moderada ou grave, total reduzido em 16,5 milhões, na comparação com o registrado em 2021. A projeção para 2022 indica que, do grupo que vive nessa condição, 159 milhões de pessoas são da América do Sul, 61,9 milhões da América Central e 26,9 milhões do Caribe.

Segundo o relatório, as persistentes desigualdades da região têm um impacto significativo na segurança alimentar dos mais vulneráveis. A prevalência da insegurança alimentar afeta mais as mulheres do que os homens. No Brasil, a proporção da população com experiência de subalimentação caiu em uma década, passando de 10,7% no período de 2000 a 2002, para 4,7%, no mesmo período. Em relação à caracterização da parcela com insegurança alimentar grave, o índice passou de 1,9% para 9,9%.

O relatório também aponta que houve uma redução no índice de atraso no crescimento de crianças menores de 5 anos de idade em todos os recortes geográficos, comparando dados de 2000 e 2022. No mundo, a porcentagem caiu de 33% para 22,3%. Na América Latina e Caribe, passou de 17,8% para 11,5%. Já no Brasil, o percentual passou de 9,8% para 7,2%.

Os dados revelam uma melhora nos índices gerais de insegurança alimentar e desnutrição na América Latina e Caribe, porém, ainda há desafios a serem enfrentados, principalmente em relação à desigualdade de gênero na distribuição de alimentos e na prevalência da insegurança alimentar.

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