Diplomata e economista Samuel Pinheiro Guimarães falece em Brasília aos 82 anos, deixando legado na política externa brasileira.

Nesta segunda-feira, Brasília perdeu um dos seus mais renomados diplomatas, professores e economistas, com o falecimento de Samuel Pinheiro Guimarães. A causa da morte não foi divulgada, mas a notícia pegou a todos de surpresa.

Guimarães foi secretário-geral do Itamaraty durante o período de janeiro de 2003 a outubro de 2009, na gestão do ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim. Durante esse tempo, ele desempenhou um papel fundamental na formulação da política externa brasileira nos dois primeiros mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Após esse período, Guimarães assumiu a Secretaria de Assuntos Estratégicos, onde continuou a contribuir de forma significativa para a política nacional. Sua saída do Itamaraty foi marcada por homenagens do ex-chanceler Celso Amorim, que destacou a visão vanguardista de Guimarães e sua coragem em pensar no Brasil em um momento em que isso não era comum.

Um dos pontos mais conhecidos da atuação de Guimarães foi sua oposição à criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), contrariando os interesses do governo de Fernando Henrique Cardoso. Essa postura lhe custou a exoneração do Instituto de Pesquisas de Relações Internacionais (Ipri) em 2001, mas eventualmente o levou a ser nomeado braço direito de Celso Amorim no Itamaraty dois anos depois.

Dentro do Itamaraty, Guimarães implementou mudanças importantes no sistema de formação e promoção dos diplomatas, contribuindo para uma ampla reflexão sobre o desenvolvimento e a inserção internacional do Brasil. Sua atuação foi tão marcante que o Ministério das Relações Exteriores destacou Guimarães como um dos mais destacados diplomatas de sua geração.

Nascido no Rio de Janeiro em 1939, Guimarães era formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e mestre em economia pela Universidade de Boston. Além disso, ele foi vice-presidente da Embrafilme, onde se destacou pela independência e firmeza na defesa das posições do Brasil em relação ao desenvolvimento e à inserção internacional.

Em 2006, Guimarães foi reconhecido pela União Brasileira de Escritores, recebendo o Troféu Juca Pato de Intelectual do Ano em virtude de sua obra “Desafios Brasileiros na Era dos Gigantes” e de sua contribuição para o debate público no Brasil.

A morte de Samuel Pinheiro Guimarães representa uma perda significativa para o cenário político e diplomático brasileiro, deixando um legado que certamente será lembrado e valorizado por muitos anos. Seu espírito visionário e sua contribuição para a política externa do Brasil o tornam uma figura inesquecível.

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