Desempregado enfrenta quase 15 horas de espera em fila de emprego

desemprego
Desempregado há um ano e três meses, Hélio José Hermínio desabafa:

— Não aguento mais esperar para conseguir um emprego.

O ajudande de pedreiro, porém, é perseverante. Tanto que chegou às 18h26m de ontem à feira Portela dá Trabalho, garantindo o primeiro lugar na fila. O evento, que acontece desde as 9h desta terça-feira na quadra da escola de samba, em Madureira, na Zona Norte do Rio, e oferece 1.200 vagas de emprego, em diversas áreas.

— O ramo de construção civil está horrível. Tenho 15 anos de experiência, além de 14 como rodoviário, quando eu trabalhava como cobrador de ônibus. Mas, ontem, por exemplo, eu fui ao Sine e eles me falaram que o meu perfil não serve nem para faxineiro. Mas por quê? Eu estou matando cachorro a grito. Estou querendo trabalhar. Disseram que não dá porque não tenho experiência de faxineiro na carteira.
portela
Aos 45 anos, Hélio não tem filhos, mas mora de favor com a irmã, também em Madureira, depois que sua casa foi demolida pela prefeitura, para a construção do BRT Transcarioca. Na manhã desta terça, ele saiu com a esperança de, enfim, voltar ao mercado de trabalho.

— Vou fazer uma entrevista amanhã e depois outra, na semana que vem. O que eu pegar vai salvar a minha vida. Estou cansado de ficar parado e gastando de passagens. Não tenho mais renda e o governo não ajuda.

Muitos candidatos que não chegaram ontem tiveram que madrugar, na tentativa de garantir uma vaga. Foi o caso da auxiliar de enfermagem Rosângela Borges, de 51 anos. Moradora da Taquara, na Zona Oeste, ela chegou à quadra da Portela às 4h30m da manhã.

— Estou sem trabalhar com carteira assinada há quase dois anos. Então, estou em busca de trabalho em mercado ou como auxiliar de limpeza, de serviços gerais… Está muito mais difícil conseguir emprego agora do que há alguns anos. Tenho amigos e parentes que estão na mesma situação. Enquanto não consigo, faço bicos como ajudante de cozinha, em festas.
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