Descoberto cemitério indígenas de 10 mil anos durante construção de condomínio residencial em São Luís, no Maranhão.

Durante a construção de um condomínio residencial do programa Minha Casa Minha Vida, em São Luís, capital do Maranhão, um cemitério indígena com 45 esqueletos foi encontrado. Os esqueletos podem ter sido enterrados há até 10 mil anos, e a descoberta tem o potencial de lançar novas luzes sobre a pré-história brasileira. Além dos esqueletos, restos de urnas funerárias, ossos, ferramentas de pedra e conchas decoradas, com um total de mais de 100 mil peças e fragmentos, também foram encontrados no local. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) planeja anunciar oficialmente a descoberta nesta semana.

As escavações foram iniciadas em 2019 no local conhecido como Chácara Rosane, onde a construtora MRV ergue conjuntos de prédios financiados pelo programa federal de habitação. A empresa W Lage Consultoria Científica foi contratada para realizar a avaliação arqueológica sob a supervisão do Iphan. De acordo com o arqueólogo Wellington Lage, responsável pelo resgate, muitas peças, a maioria formada por fragmentos cerâmicos, ainda não foram contabilizadas. Ele acredita que as descobertas podem lançar luz sobre as culturas e períodos variados, desde antigas cerâmicas do tipo Mina até as Tupinambá, no momento do contato com os europeus.

Além disso, foi descoberto que os esqueletos encontrados no local eram de baixa estatura, com cerca de 1,5 m de altura, e corpos atarracados. As ossadas foram datadas entre 7.120 e 10.465 anos. O material coletado está sendo depositado em reserva técnica da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em São Luís, instituição legal de guarda desse patrimônio arqueológico.

A descoberta do cemitério indígena não impedirá que a construção do condomínio residencial prossiga, mas as obras devem respeitar o cronograma de retirada de resgate dos achados. A empresa está construindo um centro de curadoria e guarda na universidade para abrigar o novo acervo, conforme determinação do Iphan.

O Iphan está acompanhando de perto e avaliando os achados no sítio por meio de sua equipe técnica e planeja emitir uma nota oficial com detalhes mais específicos sobre o assunto. Em suma, a descoberta do cemitério indígena tem o potencial de transformar o que sabemos sobre a pré-história brasileira e pode lançar novas luzes sobre as culturas e períodos variados que habitaram a região há milhares de anos.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!




Botão Voltar ao topo