Deputada Carla Zambelli é indiciada pela PF no caso de invasão ao CNJ, junto com hacker Walter Delgatti, por crimes de falsidade ideológica e invasão de dispositivo informático.

A Polícia Federal (PF) encerrou as investigações sobre a invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e anunciou o indiciamento da deputada Carla Zambelli (PL-SP) e do hacker Walter Delgatti. Ambos podem ser responsabilizados pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.

De acordo com o relatório final da PF, os documentos encontrados com a deputada coincidem, total ou parcialmente, com os arquivos inseridos por Delgatti no sistema do CNJ, o que, segundo os investigadores, comprova a participação de Zambelli no ataque cibernético. O advogado de defesa da parlamentar, Daniel Bialski, afirmou em comunicado que ela nunca solicitou a invasão dos sistemas do CNJ e que a interpretação feita pela autoridade policial não demonstra qualquer colaboração da deputada nos crimes em questão.

Por sua vez, o advogado de Walter Delgatti, Ariovaldo Moreira, ressaltou que o indiciamento do hacker era esperado, uma vez que ele confessou sua participação no incidente. Moreira ainda destacou que a colaboração de Delgatti levou a PF até a suposta mandante e financiadora dos atos cometidos pelo hacker. Entre os documentos apreendidos pela PF, está um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e um recibo de bloqueio de R$ 22,9 milhões em bens do magistrado.

A PF concluiu que o ataque foi planejado com o intuito de questionar a credibilidade do Poder Judiciário. Agora, caberá à Procuradoria-Geral da República (PGR) avaliar se há elementos suficientes para apresentar uma denúncia formal. As mensagens trocadas entre Carla Zambelli e Walter Delgatti se referem a Moraes, com a deputada solicitando informações sobre o endereço do ministro para enviar uma carta.

Walter Delgatti admitiu ter recebido cerca de R$ 40 mil para tentar acessar os sistemas do Judiciário, sendo parte desse valor proveniente de transferências feitas por um ex-assessor de Zambelli. No entanto, a PF descartou parte do depoimento do hacker, concluindo que os pagamentos foram feitos para a compra de uísque, o que resultou no indiciamento de Delgatti por denunciação caluniosa. O hacker permanece detido preventivamente.

Em meio a esses desdobramentos, os advogados de ambas as partes se manifestaram. Daniel Bialski afirmou que irá defender a inocência de Carla Zambelli e contestar as acusações que pesam contra a deputada. Já Ariovaldo Moreira pretende solicitar a liberdade de Walter Delgatti, argumentando que não há motivos para a manutenção da sua prisão preventiva, uma vez que as investigações foram encerradas. A incerteza sobre os próximos passos desse caso agora aguarda a decisão da PGR.

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