O depoimento de Cid é visto como uma atualização de seu acordo de delação, no qual ele tem tentado negar suas declarações anteriores, alegando que suas acusações foram mal interpretadas pela PF. Ele afirmou nunca ter dito que o presidente Bolsonaro estava envolvido em um golpe.
Durante o depoimento, Cid detalhou o uso de verbas da Presidência da República através de saques com cartão corporativo, fraude em certificados de vacinação, lucros advindos da venda de joias, negócios feitos nos Estados Unidos durante uma viagem de Bolsonaro e sobre a suposta trama golpista.
Segundo os agentes da PF, Cid esclareceu pontos que não haviam sido abordados em depoimentos anteriores, apresentou novas informações e respondeu a perguntas baseadas em provas obtidas pela polícia durante perícias em dispositivos apreendidos de outros aliados de Bolsonaro.
O ex-ajudante de ordens negou ter participado de uma reunião golpista com os então comandantes das Forças Armadas e o ex-presidente sobre uma possível tentativa de golpe de Estado. Este foi o sétimo depoimento de Cid à PF.
A nova oitiva de Cid foi agendada após o depoimento de Freire Gomes, ex-comandante do Exército, que implicou diretamente Bolsonaro e o ex-ministro da Defesa na trama golpista. A expectativa dos investigadores era de que Cid corroborasse as declarações de Gomes.