Delações premiadas podem desvendar nuances do gigantesco esquema de corrupção de R$ 20 bi na empresa em questão.

Dois ex-diretores da Americanas, Flávia Carneiro e Marcelo Nunes, fecharam acordos de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF), segundo informações dos colunistas Lauro Jardim e Malu Gaspar, do GLOBO. Essas colaborações são as primeiras a serem fechadas em relação à fraude superior a R$ 20 bilhões em balanços financeiros da Americanas.

A fraude foi descoberta por Leonardo Coelho Pereira, atual CEO do grupo, que apresentou um relatório em junho à CPI da Americanas, mostrando as fraudes cometidas pela antiga gestão. Os documentos revelam que houve o uso de uma engenharia complexa para esconder o rombo causado pelas fraudes, sendo utilizadas verbas publicitárias fictícias e ocultação de dívidas para inflar os resultados da companhia. Essas manobras garantiam o lucro e o pagamento de dividendos.

Segundo os documentos apresentados, o ex-CEO Miguel Gutierrez e os ex-diretores Anna Christina Ramos Saicali, José Timótheo de Barros e Márcio Cruz Meirelles estavam envolvidos no esquema, juntamente com Fábio da Silva Abrate, Flávia Carneiro e Marcelo da Silva Nunes, que também são parte das delações.

De acordo com o procurador da República, José Maria Panoeiro, ainda há negociações em curso para fechamento de delações premiadas. Ele afirmou durante a audiência pública da CPI da Americanas na Câmara dos Deputados que, para delitos que ocorrem no ambiente de empresas, é difícil ter acesso às estruturas decisórias, por isso é importante saber quem atuava e interferia nessas fraudes.

Nesta terça-feira, as delações de Flávia Carneiro e Marcelo Nunes foram homologadas no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Segundo Lauro Jardim, espera-se que essas delações sejam explosivas e tragam revelações que comprometam outros ex-colegas de diretoria envolvidos na fraude.

Malu Gaspar também informou que Flávia e Nunes prestaram depoimentos ao MPF com a presença da Polícia Federal e o acompanhamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Além disso, constaram no acordo mensagens e documentos internos da Americanas que revelam a participação de Miguel Gutierrez nas fraudes contábeis.

A Americanas foi procurada para comentar sobre o assunto, mas informou que não irá se pronunciar. Agora, resta aguardar as próximas medidas cautelares que serão tomadas em decorrência dessas delações premiadas, que certamente trarão grandes repercussões para a empresa e para os envolvidos na fraude.

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