Defesa de Braga Netto afirma que promoção de delegado suspeito foi por “questões burocráticas” durante intervenção no RJ em 2018.

A defesa do ex-ministro Walter Braga Netto divulgou uma nota neste domingo, 24, explicando que a promoção do delegado Rivaldo Barbosa ao cargo de chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro em 2018 foi realizada por questões burocráticas. Barbosa, que é suspeito de ter planejado o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, teve sua nomeação assinada por Braga Netto durante o período em que ele atuava como chefe da intervenção federal na segurança pública do Rio.

Os advogados de Braga Netto ressaltaram que, na época, a Polícia Civil estava subordinada à Secretaria de Segurança Pública e que as nomeações eram de responsabilidade do então Secretário de Segurança Pública, o general Richard Nunes, indicado por Braga Netto. Segundo a defesa, o ato administrativo de nomeação de Rivaldo Barbosa foi assinado pelo Interventor Federal por razões burocráticas.

Braga Netto foi nomeado interventor na segurança do Rio de Janeiro pelo ex-presidente Michel Temer e posteriormente ocupou os cargos de ministro da Defesa e Casa Civil no governo Bolsonaro, além de concorrer como vice-presidente na chapa derrotada de Temer à reeleição em 2022.

A Operação Murder Inc., deflagrada por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) para prender preventivamente Rivaldo Barbosa, o deputado federal Chiquinho Brazão e seu irmão Domingos, conselheiro do TCE-RJ, ocorreu no domingo. Os três são apontados como os mandantes do crime contra Marielle Franco. Além das prisões, foram expedidos 12 mandados de busca e apreensão no Rio.

A delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, apontado como o executor dos assassinatos, foi homologada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. As investigações mostram que a motivação do crime estava ligada ao posicionamento de Marielle em relação à regularização de terras para fins comerciais, o que ia de encontro aos interesses dos mandantes, envolvidos com milícias e disputas territoriais. A vereadora defendia o uso dessas terras para moradias populares, o que confrontava os interesses do grupo responsável pelo crime.

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