Deepfake do ex-presidente da Indonésia causa polêmica e preocupa analistas políticos quanto à influência nas eleições.

Nas redes sociais, um vídeo de três minutos está causando comoção na Indonésia. Nele, surge a imagem de Suharto, o segundo presidente do país, que governou por 32 anos e deixou um legado marcado por corrupção e violações dos direitos humanos. A questão é que Suharto morreu em 2008, mas mesmo assim, o vídeo foi feito com clareza e realismo impressionantes por meio do uso da inteligência artificial (IA).

A filmagem faz parte de uma técnica conhecida como deepfake, que consiste em criar rostos de pessoas em fotos e vídeos alterados através da IA. O vídeo causou tanto impacto que já ultrapassou 4,7 milhões de visualizações nas redes sociais. Segundo Erwin Aksa, vice-presidente do Golkar, um dos maiores partidos políticos da Indonésia, o vídeo foi uma tentativa de lembrar a importância dos votos nas eleições que aconteceram nesta quarta-feira no país, onde participaram cerca de 205 milhões de eleitores.

Embora o Golkar não tenha lançado seu próprio candidato à presidência, o partido tem apoiado o nome de Prabowo Subianto, ex-general e atual ministro da Defesa da Indonésia. Ele lidera as pesquisas e conta com uma boa margem de vantagem em relação aos outros dois candidatos. Subianto conta com apoio popular, especialmente porque seu adversário terá como vice-presidente o filho do atual presidente Joko Widodo, Gibran Rakabuming Raka.

A infiltração de deepfakes na campanha eleitoral preocupa os especialistas, que alegam que vídeos manipulados podem influenciar eleições, distorcendo a percepção dos eleitores e propagando informações falsas. Além do vídeo de Suharto, a equipe de campanha de Subianto admitiu ter utilizado softwares de IA para melhorar a sua imagem nas redes sociais. Essa estratégia tem como objetivo atrair eleitores mais jovens, que formam a maioria dos votos.

Caso eleito, Subianto deverá manter as políticas de desenvolvimento e infraestrutura implementadas pelo atual presidente, além de fortalecer a posição da Indonésia na cadeia de suprimentos de veículos elétricos. No entanto, sua provável ascensão à presidência preocupa grupos de direitos humanos, que o acusam de ter ordenado sequestros durante o governo de Suharto. A preocupação é que a Indonésia possa ter um líder populista de direita com um histórico problemático.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!




Botão Voltar ao topo