Embora a causa exata dos danos ainda não esteja clara, especulações sobre possível sabotagem por parte de rebeldes houthis do Iêmen têm ganhado força. A empresa HGC Global Communications, com sede em Hong Kong, revelou que quatro grandes redes de telecomunicações tiveram seus cabos cortados, resultando em uma interrupção estimada em cerca de 25% do tráfego entre essas regiões.
A empresa Seacom, baseada na África do Sul, é proprietária de um dos sistemas de cabos afetados e informou que os reparos não começarão por pelo menos mais um mês, devido à burocracia necessária para obter autorizações para operar na área afetada.
A preocupação com possíveis sabotagens aumentou após um grupo afiliado aos houthis compartilhar um mapa mostrando a localização dos cabos submarinos no Mar Vermelho. No dia 24 de dezembro, o grupo postou no Telegram um mapa detalhado dos cabos, sugerindo que o Iêmen possui uma localização estratégica devido à passagem das linhas de internet que conectam continentes inteiros.
No mesmo dia, outros grupos afiliados a organizações como o Hezbollah e milícias financiadas pelo Irã também fizeram postagens insinuando controle sobre os cabos. Essas ações geraram preocupações sobre a segurança dos sistemas de comunicação internacionais que passam pela região.
Os houthis, desde novembro, têm realizado ataques contra embarcações ligadas a Israel e aliados, em um suposto apoio aos palestinos na Faixa de Gaza. Em resposta, os Estados Unidos e o Reino Unido lançaram ataques contra posições do grupo no Iêmen, provocando promessas de retaliação por parte dos houthis.
Autoridades alertam que os cabos submarinos danificados representam uma séria ameaça a uma das infraestruturas digitais mais importantes do mundo, uma vez que o Mar Vermelho é uma rota crucial para o comércio global e abriga uma grande parcela do tráfego de internet mundial. Empresas de tecnologia como Google, Microsoft e Amazon, que financiam esses cabos submarinos, estão trabalhando para mitigar os impactos das interrupções e garantir a estabilidade das redes de comunicação. A situação continua evoluindo e é acompanhada de perto por autoridades e especialistas em telecomunicações em todo o mundo.