Cursos gratuitos trazem esperança aos maceioenses de baixa renda

É preciso estar inscrito no Cadastro Único para disputar as vagas de encanador instalador predial; pintor de obras; pedreiro de alvenaria e padeiro

Primeiro emprego, mudança de profissão e ressocialização social. Estes são motivos que levam maceioenses de baixa renda a procurarem os cursos profissionalizantes ofertados pela Prefeitura de Maceió em parceria com o Senai. A previsão é que este ano sejam formados 450 maceioenses, para atuarem nas áreas de construção civil e produção de alimento.

Para o secretário de Assistência Social de Maceió, Carlos Jorge, os cursos são oportunidades para os maceioenses ingressarem no mercado de trabalho, gerarem renda para as suas famílias e ainda movimentarem a economia nos territórios de vulnerabilidade social.

“A qualificação profissional influencia positivamente na vida das pessoas, tanto para conquistarem o emprego formal, quanto para se tornarem microempreendedores. E, consequentemente isso movimenta a economia, pois eles passam a acessar os bens e serviços, gerando recursos e renda para a cidade”, explicou o secretário. 

De acordo com o gerente do Senai Alagoas, Welton Barbosa, a parceria gera profissionais qualificados, que podem atuar em empresas ou montarem seus negócios.

“Saber que a Prefeitura de Maceió investe e incentiva a capacitação profissional dos maceioenses é muito bom. E quando a Prefeitura busca parceiros como o Senai Alagoas, que já possui um nível de excelência na formação profissional, só podemos esperar, como resultado dessa parceria, o sucesso e o aumento da renda dos maceioenses”, comentou Barbosa.

A conquista do primeiro emprego foi o que motivou Micael Maia, de 20 anos, a fazer o curso de pintura industrial. O jovem concilia as aulas do ensino médio com as do Senai, na certeza de que seus esforços serão recompensados.

“Só eu sei a luta que é fazer o curso técnico pela manhã e ir para a escola à noite. Mas neste Brasil de hoje, com o número de desempregados que nós temos, não pude perder essa oportunidade, pois eu sempre tive curiosidade de aprender técnicas de pintura e agora eu posso ganhar dinheiro com isso”, comentou entusiasmado. 

Com a crise econômica nacional – agravada pela pandemia do Covid-19 – muitos maceioenses tiveram que migrar de profissão, como é o caso da ex-empregada doméstica Eva Vilma. Ela conta que primeiro teve os seus direitos retirados e em seguida recebeu a demissão, motivo que a fez iniciar outra profissão do zero.

“Eu nunca fui de ficar parada. Sempre tive uma rotina muito intensa, por isso assumi o desafio de me qualificar na área da construção civil para futuramente trabalhar com carteira assinada ou como autônoma. Eu estou muito feliz pela oportunidade”, contou a Eva Vilma. 

Os cursos também são oportunidades para pessoas que estão em processo de ressocialização social, como é o caso do Antônio da Silva, de 44 anos, que chegou a morar na rua após desenvolver um quadro de alcoolismo. Hoje, ele é assistido pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) e já se sente otimista com o futuro, ao fazer o curso de encanador industrial.

“A ressocialização é muito importante na vida do cidadão, inclusive na minha que estava fora do convívio social. Eu já fui militar da aeronáutica, mas depois passei por uma fase muito difícil e cheguei a ficar nas ruas, mas eu fui me reerguendo e agora estou aproveitando essa oportunidade maravilhosa. O curso está abrindo novos horizontes, novas perspectivas de vida e eu já começo a sonhar com o futuro novamente”, disse o Antônio.

Só este ano, quatro turmas já foram formadas, quatro estão em andamento e em breve mais dez turmas serão ofertadas. Os cursos são de encanador instalador predial; pintor de obras; pedreiro de alvenaria e padeiro. Todos têm duração de dois meses.

Para concorrer a uma vaga é necessário estar inscrito no CadÚnico com renda familiar de até R$ 178,00 por pessoa. Além disso, é preciso ter no mínimo 16 anos e estar cursando a partir do 6º ano do Ensino Fundamental. Ao realizarem a matrícula, os alunos recebem material didático, auxílio-transporte, alimentação e o certificado do Senai no final do curso.

André Aguiar / Secom Maceió

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