Após deixar Cartum por conta dos conflitos entre o Exército sudanês e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido, Ibrahim se instalou em Wad Madani. Porém, teve que abandonar tudo novamente quando a cidade foi atacada pelos paramilitares, forçando-o a buscar refúgio em Sennar, 100 km ao sul.
A situação é desastrosa, com as organizações humanitárias alertando para o perigo de a crise se agravar ainda mais com os deslocamentos forçados. A maioria dos hospitais nas zonas de combate estão fora de serviço, deixando a população em situação precária. Além disso, a escassez de água, alimentos e combustível agrava ainda mais a situação.
Segundo a Organização das Nações Unidas, a crise teve início em 15 de abril, quando duas facções do governo entraram em conflito, resultando em um aumento nos preços de itens essenciais e na escassez de recursos básicos para a população. O número de deslocados já ultrapassa os 7 milhões, com mais de 12 mil mortos e a perspectiva de uma catástrofe ainda maior se não houver um cessar-fogo imediato.
A luta pela retomada da transição democrática no Sudão, que começou em 2019 com a queda do ditador Omar al-Bashir, tem sido dificultada pela disputa de poder entre as facções rivais. Enquanto isso, milhões de pessoas sofrem as consequências, tendo que fugir de suas casas em busca de segurança e condições mínimas de sobrevivência.
A comunidade internacional tem chamado atenção para a situação, pedindo a proteção de civis e o respeito aos direitos humanos. A ajuda humanitária se torna ainda mais urgente diante do colapso iminente do sistema de saúde e da insegurança alimentar que afeta mais de 18 milhões de pessoas.
Enquanto isso, Ibrahim e sua família, assim como milhares de outros sudaneses, buscam desesperadamente por um lugar seguro e condições dignas de vida em meio a um cenário de violência e caos.