Essa superlotação tem elevado os aluguéis de pequenos apartamentos de US$ 100 para quase US$ 5.000, empurrando as pessoas para a necessidade de acampar em parques e terrenos baldios, ou utilizar materiais recuperados como abrigo. Como se não bastasse, o inverno está chegando e muitos estão dormindo ao relento, o que tem contribuído para o surgimento de surtos de doenças como hepatite, raiva e herpes.
Além disso, a falta de combustível está impedindo que as usinas de dessalinização tratem completamente a água, o que tem causado diarreia generalizada entre a população. As Nações Unidas alertam que Rafah poderá em breve abrigar metade dos cerca de 2,2 milhões de habitantes da Faixa de Gaza. A situação também tem afetado o fornecimento de medicamentos, alimentos e água potável.
Os preços dos alimentos e da água engarrafada estão subindo, enquanto os suprimentos de medicamentos e produtos sanitários, como fraldas e absorventes internos, estão diminuindo. As pessoas estão sendo forçadas a cortar árvores para obter lenha ou a retirá-la de casas bombardeadas para cozinhar e ferver água potável.
“Em toda parte há famílias nas ruas, porque não têm outro lugar para ficar”, disse Mustafa Ayad, que fugiu da Cidade de Gaza no início da guerra com 13 membros da família. A situação é desumana e exige uma resposta urgente por parte da comunidade internacional. A crise humanitária em Rafah é alarmante e precisa ser abordada com máxima urgência.