Congresso no CECA-UFAL discute a transição energética e impactos das energias renováveis nas comunidades do entorno dos parques eólicos e solares.

O Congresso de Recursos Energéticos e Meio Ambiente, que ocorreu recentemente na Universidade Federal de Alagoas (UFAL), abordou um tema de extrema relevância no cenário da transição energética: as comunidades que vivem nas proximidades de parques eólicos e solares. Durante o evento, a articuladora do Projeto Nordeste Potência, Fabiana Couto, trouxe à tona a necessidade de garantir condições justas, inclusivas e sustentáveis para essas comunidades.

Fabiana ressaltou a importância da adoção de fontes renováveis de energia para impulsionar o desenvolvimento da região de forma sustentável. No entanto, ela alertou que isso não pode ocorrer às custas das comunidades tradicionais e rurais. É fundamental encontrar soluções que beneficiem tanto o avanço da transição energética quanto o bem-estar dessas comunidades.

O Projeto Nordeste Potência é uma iniciativa composta por cinco instituições da sociedade civil – Centro Brasil no Clima, Fundo Casa Socioambiental, Grupo Ambientalista da Bahia, Instituto ClimaInfo e Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) – que contam com o apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS). Seu principal objetivo é promover o desenvolvimento verde, inclusivo e justo na região nordeste, por meio do uso de fontes de energia como vento, sol e água, enquanto se respeita as comunidades locais.

O Plano Nordeste Potência lançado em julho de 2022, no Recife, reúne recomendações e diretrizes para o setor público e privado visando o desenvolvimento da região. O documento destaca cinco eixos norteadores: gestão pública direta, capacitação de mão de obra, participação social, geração distribuída e revitalização da bacia do rio São Francisco. Esses eixos são fundamentais para garantir que o avanço das energias renováveis seja acompanhado de ações que beneficiem a região como um todo, promovendo empregos, melhorando o acesso à água e garantindo um desenvolvimento sustentável.

Durante o Congresso, Fabiana Couto ressaltou a importância da participação das comunidades no processo decisório sobre a instalação de parques eólicos e solares. É fundamental que haja uma escuta ativa dessas comunidades e que sejam criados mecanismos de compensação que levem em consideração seus modos de vida e suas tradições.

A discussão promovida pelo Congresso de Recursos Energéticos e Meio Ambiente foi extremamente relevante para chamar a atenção da sociedade sobre a importância de uma transição energética justa e inclusiva. É necessário que as comunidades que vivem nas proximidades desses empreendimentos sejam ouvidas e que suas demandas sejam atendidas, para que o avanço das energias renováveis seja verdadeiramente sustentável.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!




Botão Voltar ao topo