Congresso da Guatemala mantém atraso na posse de presidente eleito, alvo de manobras judiciais para invalidar vitória surpreendente. World está observando.

O Congresso da Guatemala está envolvido em discussões de última hora que levaram a um atraso da posse do social-democrata Bernardo Arévalo como presidente. O atraso, que já dura mais de seis horas, resultou em protestos do lado de fora da sede do Legislativo, com acusações de golpe, e levou a comunidade internacional a pressionar o Congresso para empossar Arévalo e sua vice, Karin Herrera, de acordo com a Constituição.

Representantes da União Europeia, Organização dos Estados Americanos (OEA) e alguns governos latino-americanos assinaram um comunicado conjunto pedindo que o Congresso cumpra seu mandato constitucional de transferir o poder, respeitando a vontade democrática expressa nas eleições passadas. A líder da delegação dos Estados Unidos na cerimônia de posse, Samantha Power, afirmou que não há dúvida de que Arévalo é o presidente da Guatemala e pediu calma, destacando que o mundo está observando.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, também se pronunciou, afirmando que proporá aos Estados membros da UE a aplicação de medidas restritivas individuais contra os membros do Congresso que impedirem a transferência de poder. Além disso, Borrell não descartou sanções contra os congressistas que se opõem à transição de poder.

Apesar de a Constituição da Guatemala estabelecer que o Congresso deve empossar o novo presidente até as 16h locais, nem mesmo o novo Parlamento estava instalado ao final deste prazo. Arévalo usou as redes sociais para expressar sua indignação, acusando os deputados de tentarem violar a democracia com ilegalidades, trivialidades e abusos de poder.

O processo de credenciamento dos deputados eleitos e reeleitos foi mantido pelo Congresso, atrasando a cerimônia de posse no Teatro Nacional. Diante disso, centenas de manifestantes se reuniram do lado de fora do Legislativo, enfrentando barricadas policiais e exigindo o cumprimento da vontade democrática expressa nas urnas.

Bernardo Arévalo, de 65 anos, prometeu em seu discurso que seu governo trabalhará para encerrar “um período tenebroso” de “cooptação corrupta do sistema político”. Ele denunciou uma ofensiva judicial liderada pela elite política e econômica do país que tentou invalidar sua vitória nas urnas.

O futuro presidente da Guatemala reconhece os desafios que terá que enfrentar, já que uma grande parte do Congresso é ligada a partidos políticos tradicionais que podem obstruir sua agenda de mudanças. Ele planeja pedir a renúncia da procuradora-geral Consuelo Porras, líder da ofensiva judicial, mas analistas acreditam que o Ministério Público continuará a perseguir Arévalo, solicitando que o Congresso retire sua imunidade presidencial.

A Guatemala que Arévalo herda é um país marcado pela corrupção e pela pobreza. O desafio do novo presidente será atender ao desejo do povo de não ser governado pelo pacto de mafiosos que tem prejudicado a nação, conforme analistas locais.

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