Um dos requerimentos solicita que Bolsonaro seja convidado a comparecer ao colegiado para prestar esclarecimentos sobre seu “refúgio provisório” na embaixada húngara. O outro pedido visa a convocação do embaixador da Hungria no Brasil, Miklós Halmai, para prestar esclarecimentos sobre a estadia do ex-presidente no local. A votação dos convites ainda não tem data definida.
A passagem de Bolsonaro pela embaixada da Hungria ocorreu em meio a investigações da Polícia Federal relacionadas a uma suposta tentativa de golpe de Estado, fraude no cartão de vacinação e desvio de joias do acervo presidencial. As autoridades estão investigando as circunstâncias em que Bolsonaro permaneceu na representação diplomática entre os dias 12 e 14 de fevereiro, para verificar se ele teria tentado fugir da Justiça.
Imagens de câmeras de segurança obtidas pelo jornal The New York Times mostraram Bolsonaro na embaixada acompanhado de seguranças e do embaixador húngaro. O ex-presidente confirmou ter passado dois dias no local, afirmando que estava “mantendo contatos”. No entanto, surgiram especulações de que ele poderia estar buscando proteção diplomática para evitar uma possível prisão.
A defesa de Bolsonaro nega essas acusações, alegando que sua presença na embaixada tinha o objetivo de discutir questões políticas entre Brasil e Hungria. Os advogados Paulo Bueno, Daniel Tesser e Fabio Wanjgarten emitiram uma nota afirmando que qualquer interpretação além disso é uma “obra ficcional” e não condiz com a realidade dos fatos.
A estadia de Bolsonaro na embaixada da Hungria levantou questionamentos sobre a segurança das instalações diplomáticas em casos como este, onde um indivíduo sob investigação busca abrigo. A situação também reforça a relação entre Brasil e Hungria, e a influência política que pode existir por trás desses eventos. A Comissão de Relações Exteriores terá a difícil missão de esclarecer os fatos e determinar possíveis medidas a serem tomadas em relação ao caso.