O foco da reclamação está na homologação realizada pela juíza em janeiro de 2019, referente a um acordo firmado entre o Ministério Público Federal (MPF), a Petrobras e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Esse acordo propunha a criação de uma fundação para gerenciar um montante de R$ 2,5 bilhões provenientes de multas pagas pela estatal em processos nos EUA.
No entanto, devido à grande repercussão negativa em relação ao fundo, a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba optou por suspender o acordo e desistir da fundação.
A denúncia contra Gabriela Hardt foi apresentada pela deputada Gleisi Hoffmann, presidente do PT, e outros parlamentares, que solicitaram ao CNJ a investigação sobre a conduta da magistrada e a aplicação de sanções que poderiam incluir advertência, censura ou até mesmo aposentadoria compulsória.
O ministro responsável pela apuração da infração disciplinar de Hardt é Luis Felipe Salomão, e esse caso deve ser o quinto item da pauta da 2ª Sessão Ordinária do CNJ deste ano.
Vale ressaltar que em 2023, Gabriela Hardt deixou a 13ª Vara Federal e foi transferida para a 3ª Turma Recursal do Paraná, tendo substituído o renomado juiz e ex-senador do Paraná, Sérgio Moro, pela primeira vez em 2018.
No ano passado, Salomão abriu outra investigação sobre a conduta de Gabriela Hardt na Lava Jato, a pedido do empresário Tony Garcia, que alegou parcialidade e retaliações por parte da juíza ao lidar com os casos da operação. A acusação também envolveu a suposta inércia de Hardt diante de possíveis crimes cometidos por Moro e procuradores da Lava Jato, assim como retaliações após a magistrada ter conhecimento desses fatos.