Cirurgia transforma dedo indicador de criança em polegar

A falta do dedo poderia comprometer 70% da função da mão da criança. Procedimento é conhecido como policização e mudou dedo de lugar.

Um hospital de Porto Alegre realizou um procedimento para dar um polegar a uma criança de 1 ano e 9 meses. A cirurgia é pouco usual no Rio Grande do Sul, foi realizada 15 vezes nos últimos 20 anos. O dedo da menina foi transformado em um polegar para amenizar os efeitos da deformidade, que poderia comprometer em 70% a função da mão.

A mãe Suelen Tim conta que a deformidade não foi detectada durante a gestação de Martina e da irmã gêmea. As duas nasceram de forma prematura. “Durante a gestação a gente fez alguns exames e não apareceu, por ser uma gestação gemelar, e no nascimento é que se constatou que ela tinha a ausência do polegar”, explicou.

O pai da menina, Henrique Aguilar diz que a imagem da filha sem o polegar era forte, e que ao mesmo tempo pensou nas dificuldades que poderiam ser enfrentadas por ela. “A gente ficou pensando em todas as dificuldades que ela teria ao longo da vida se não solucionasse isso”.

Procedimento realizado pelos médicos na menina (Foto: Reprodução/RBS TV)Procedimento realizado pelos médicos na menina (Foto: Reprodução/RBS TV)

De acordo com o médico responsável pela cirurgia, Paulo Ruschel, a cirurgia foi mais complexa que a troca de lugar do dedo. “Primeiro, a gente tem que manter a circulação, e a enervação, o dedo tem que se manter vivo. Então, a gente faz uma microcirurgia dos pequenos vasos que nutrem o dedo, e a partir daí se faz todo o procedimento”, explicou Ruschel.

O procedimento é chamado policização, que fez com que o indicador fosse colocado no lugar onde deveria estar polegar. A cirurgia é considerada delicada pelos médicos, e levou mais de três horas para que fosse realizada a alteração da estrutura óssea, muscular e dos tendões.

“Os musculuzinhos do indicador., que faz esse movimento, passa a fazer o movimento de imponência. O músculo que faz esse movimento, que junta o dedo, passa a fazer o movimento que junta o polegar. Se troca a pele de lugar para se construir o primeiro espaço”, detalhou o médico, afirmando ainda que a idade da criança ajudou na reconstrução.

“Ela volta a ter uma função de perto de um polegar normal, apesar de ter uma mão de quatro dedos (…)  entre dois e quatro anos que é a idade em que ocorre no cérebro essa plasticidade essa informação que é armazenada no cérebro da posição do polegar”, afirma.

Martina teve alta, mas ainda precisa de repouso, e vai ficar com o braço imobilizado por alguns dias. Depois ela passará por fisioterapia para descobrir os novos movimentos da mão.

“Agora é vida que segue, e agora tudo o que ela quiser fazer, a gente vai fazer por ela também”, finaliza a mãe.

g1

30/03/2017

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