CIA mediando acordo entre Israel e Hamas para cessar-fogo e libertação de reféns em Gaza; pressão americana intensifica negociações

O diretor da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos, William Burns, está programado para visitar o Cairo na terça-feira para participar de mais uma rodada de negociações relacionadas a um possível acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas, bem como a libertação de reféns em Gaza. Fontes familiarizadas com o assunto revelaram que o presidente Joe Biden e o rei Abdullah II, da Jordânia, também devem discutir o tema durante a visita do rei a Washington nesta semana, aumentando a pressão dos Estados Unidos por uma trégua temporária.

No entanto, a proposta de cessar-fogo apresentada pelo Hamas entrou em uma fase crítica. O esboço, discutido em Paris entre autoridades israelenses, cataris, egípcias e americanas, prevê uma suspensão dos confrontos por três meses, além da troca de reféns e prisioneiros palestinos, e a entrada de ajuda humanitária em Gaza. Os mediadores pareciam satisfeitos com a proposta, que inicialmente recebeu uma resposta considerada “positiva” pelo Hamas. No entanto, ao ser enviada de volta para as autoridades israelenses, a resposta foi interpretada de maneira contrária, considerando as exigências do grupo como inaceitáveis.

O retorno de Burns à mesa de negociações acontece após o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ter descrito a contraproposta do Hamas como “delirante” e ordenado um ataque contra a cidade de Rafah, no sul de Gaza. A agência de notícias Axios informou que autoridades cataris e israelenses devem participar das discussões, juntamente com uma delegação do Hamas que esteve em conversas com autoridades egípcias sobre a proposta e possíveis formas de avançar.

O porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller, afirmou que reconhece os desafios da proposta do Hamas, mas acredita que um acordo é “possível e vamos continuar buscando-o”. O tema também deve ser pauta na reunião entre o presidente Biden e o rei Abdullah II, da Jordânia, onde será discutido os esforços para alcançar um fim duradouro para a crise.

A relação entre os países envolvidos no conflito torna as negociações ainda mais complexas. O rei Abdullah II liderou uma cúpula na Jordânia no mês passado e tem pressionado por um cessar-fogo imediato e mais ajuda humanitária para Gaza. No entanto, a tensão entre Israel e Jordânia tem se intensificado nos últimos anos, especialmente desde o recente conflito que resultou em mais de 28 mil mortes em Gaza.

Os Estados Unidos têm exercido pressão significativa sobre Israel desde o início do conflito. O presidente Biden alertou Netanyahu de que o Estado judeu estava “perdendo apoio internacional” na guerra, e o secretário de Estado americano, Antony Blinken, viajou ao Oriente Médio diversas vezes para tentar avançar com um acordo de cessar-fogo. Mesmo após o líder israelense classificar a proposta do Hamas como “delirante”, Blinken continua acreditando que é possível alcançar um consenso.

Dessa forma, as negociações continuarão nos próximos dias, com a participação de autoridades americanas e de outros países importantes na região, na tentativa de alcançar um acordo que possa pôr fim ao conflito entre Israel e Hamas.

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