Cemitério vertical é alternativa para meio ambiente e espaços urbanos

Falar sobre morte é um tabu para muitas pessoas, porém temos sido forçados a lidar cada vez mais com o tema desde o início da pandemia de Covid-19. A questão da falta de vagas e até do colapso dos cemitérios tradicionais acelerou a busca de alternativas para lidar de forma respeitosa com os restos mortais de entes queridos. O interesse sobre os cemitérios verticais cresceu e é neste contexto que foi inaugurado em Marechal Deodoro o Ecomemorial, o primeiro cemitério vertical, ecológico e sustentável de Alagoas.

A instalação de novos cemitérios no modelo tradicional encontra algumas barreiras nas cidades, pois é necessário um terreno mais afastado da cidade, que seja grande, longe de lençóis freáticos e em constante observação para evitar a contaminação do solo pelas substâncias resultantes da decomposição.

Enquanto isso, os cemitérios verticais são estruturas que parecem pequenos prédios, que usam gavetas ou “lóculos” e os ossuários. Os lóculos recebem o corpo para a decomposição, são feitos de fibra de vidro e hermeticamente fechados, controlados por um sistema de tratamento de gases. Depois que este processo é finalizado, os restos mortais são transferidos para os ossuários, para o descanso definitivo, com lápides para que família e amigos prestem suas homenagens.

São esses diferenciais que fazem um cemitério vertical ecológico e sustentável a longo prazo para as pessoas nas cidades. A expectativa também é que sejam gerados cerca de 100 empregos diretos quando o Ecomemorial chegar ao nível total de operação, fora os empregos indiretos nos serviços de funerárias, floriculturas e outros segmentos.
Movimento mundial

Apesar da novidade em Alagoas, os cemitérios verticais não são uma novidade no mundo, muito menos no Brasil. No Japão e Israel – onde os mortos são cremados, mas as cinzas enterradas em lápides – São uma solução para o pequeno espaço geográfico e um costume que se fortalece nos Estados Unidos e alguns países da Europa.

No Brasil, o primeiro cemitério vertical foi o São Miguel e Almas, construído em Porto Alegre, em 1930, e ainda em atividade, porém é o Memorial Necrópole Ecumência, erguido em Santos (SP), em 1983, que mais se destaca, afinal é o maior cemitério vertical do mundo, registrado no próprio Livro dos Recordes. Ele conta com mais de 14 mil lóculos distribuídos em 14 andares e está novamente em expansão, com a construção de um prédio de 108 metros de altura (ou o equivalente a 40 andares) e capacidade ampliada para 25 mil lóculos.

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