Cemitério de Highgate, em Londres, cobra £ 25 mil por sepultura e anuncia reutilização de túmulos antigos para criar espaço.

No cemitério vitoriano de Highgate, em Londres, a morte pode ser tão cara quanto a vida. Com a sepultura custando £ 25 mil (ou US$ 31,7 mil), o local chamou a atenção da imprensa britânica esta semana. Afinal, como um cemitério continua a funcionar se está sem espaço?

A questão não se restringe apenas a Highgate, pois em diversas cidades do Reino Unido e outros países da Europa, os cemitérios estão enfrentando problemas de falta de espaço. Mesmo com a popularidade das cremações, que chegam a representar mais de 70% dos enterros, a escassez de sepulturas é uma realidade.

Para contornar essa situação, o Cemitério de Highgate foi autorizado a recuperar sepulturas antigas e não utilizadas, em um processo denominado “renovação de sepultura”. Isso significa que sepulturas vazias e sepulturas onde ocorreram enterros há mais de 75 anos podem ser legalmente reaproveitadas. Essa prática, adotada também em outros países europeus, tem o objetivo de ajudar os cemitérios a sobreviver, mesmo que desafie a ideia de “sepultamento para sempre”.

No caso específico de Highgate, a proposta de reciclar sepulturas afetará cerca de 500 delas no momento. Alguns proprietários de túmulos foram registrados na década de 1870, enquanto outros foram difíceis de rastrear. Por isso, o cemitério publicou avisos públicos sobre lotes que serão reaproveitados, dando aos proprietários até julho para se oporem à sua reutilização.

Para as sepulturas sem objeções, os restos existentes serão enterrados mais profundamente no mesmo local, e novos sepultamentos serão realizados em cima deles. No entanto, a ideia tem gerado controvérsias, como foi evidenciado durante uma visita ao cemitério esta semana. Mesmo em um dia frio, os visitantes percorriam os caminhos arborizados para admirar epitáfios de artistas, filósofos e residentes queridos.

Enquanto os legisladores no Reino Unido revisam os regulamentos sobre sepultamentos, a questão da falta de espaço nos cemitérios continua a ser um desafio, enfrentado não apenas pelas autoridades, mas também por famílias que buscam um lugar digno para enterrar seus entes queridos. Como a questão será resolvida é algo que está sendo acompanhado de perto pela imprensa e pela opinião pública. Afinal, o que é eterno em um mundo onde até as sepulturas podem ser renovadas?

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