Ao lado de Tom Jobim, Lyra criou sambas curtos, diretos e modernos, bem como canções líricas que se tornaram referência do movimento bossa nova. Além disso, ele foi diretor musical do Teatro de Arena em São Paulo e se envolveu com o Partido Comunista Brasileiro, buscando trazer músicas operárias brasileiras para um novo público. Sua atuação no Centro Popular de Cultura (CPC) também foi fundamental para aproximar o povo e as elites culturais, influenciando movimentos importantes da época.
Contudo, a vida de Lyra foi interrompida pela instabilidade política do Brasil. Após os eventos do Golpe Militar em 1964, o músico se exilou no México e nos Estados Unidos, buscando refúgio e continuando a divulgar a riqueza da cultura brasileira, em especial a Bossa Nova. Mesmo no exterior, ele não parou de compor, colaborando com grandes nomes da música brasileira e mantendo viva sua utopia formal de que a Bossa Nova não estava limitada a um único gênero musical.
Lyra deixou um legado inestimável para a música brasileira, influenciando artistas como Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Milton Nascimento e muitos outros. Seu último trabalho, em parceria com Aldir Blanc, foi uma síntese da vasta contribuição que deu à música brasileira, com canções de diferentes gêneros, todas representando a essência da Bossa Nova.
Hoje, a música brasileira chora a perda de um de seus grandes mestres. A contribuição de Carlos Lyra para a música, a cultura e a política do Brasil será eternamente lembrada e valorizada. Sua obra continuará inspirando e influenciando artistas e amantes da música por muitos anos. Que a Bossa Nova e o legado de Lyra continuem vivos, trazendo leveza, amor e profundidade para as gerações futuras.