CAMARA DOS DEPUTADOS – Sargento nega envolvimento em atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro, segundo declaração oficial.

Na tarde desta terça-feira (24), o sargento Luis Marcos dos Reis prestou depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos de vandalismo ocorridos em 8 de janeiro deste ano. Reis, que fazia parte da equipe de ajudantes de ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro, admitiu ter ido à Esplanada dos Ministérios durante as manifestações e se disse arrependido, classificando sua participação como um “ato impensado”.

As acusações contra o sargento incluem envolvimento em fraudes com cartões de vacinação do ex-presidente e familiares, participação nos atos de 8 de janeiro e movimentações financeiras irregulares. Reis, que está preso há 114 dias, foi questionado pela relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), sobre as movimentações financeiras em sua conta, que somaram mais de R$ 3 milhões em menos de um ano. A senadora apontou depósitos suspeitos, como os da empresa madeireira Cedro do Líbano, que está sob investigação da Polícia Federal.

Em sua defesa, o sargento explicou que as movimentações financeiras se referem ao recebimento de recursos quando passou para a reserva e à participação em consórcios, entre outras negociações. Ele também afirmou ter intermediado a venda de um veículo ao tenente-coronel Mauro Cid, outro envolvido nas investigações, no valor de R$ 70 mil. Sobre os pagamentos à família do ex-presidente, Reis mencionou apenas o boleto de mensalidade escolar da filha de Jair Bolsonaro.

Quanto à participação nos atos de janeiro, o sargento admitiu ter comparecido à Esplanada dos Ministérios após ver imagens de vandalismo na televisão. Ele afirmou ter permanecido no local por cerca de 40 minutos e explicou detalhes de sua presença, incluindo a subida da rampa do Congresso Nacional. Reis negou ter participado de atos golpistas e reiterou que não cometeu nenhum ato de vandalismo.

Durante o depoimento, parlamentares da base aliada confrontaram o sargento com mensagens de seu celular que apontavam contradições em seu relato sobre os atos do dia 8. Além disso, as explicações sobre as movimentações financeiras apresentadas pelo sargento não satisfizeram alguns deputados, como Rafael Brito, que ressaltou as lacunas e falta de explicação.

Em meio ao embate, parlamentares aliados de Bolsonaro argumentaram que o sargento está sendo alvo de revanchismo, por ter trabalhado com o ex-presidente. O deputado Pastor Marco Feliciano, do PL de São Paulo, ressaltou que a CPMI é focada nos atos de 8 de janeiro e não deveria se ater a outras investigações.

Os trabalhos da CPMI prosseguem com mais dois depoimentos agendados. Amanhã, será ouvido o coronel Fabio Augusto Vieira, ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, e na quinta-feira será a vez do coronel Marco Edson Gonçalves Dias, conhecido como G.Dias, ex-ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.

A CPMI busca esclarecer os eventos ocorridos no dia 8 de janeiro e tem como objetivo investigar e punir os responsáveis pelos atos de vandalismo que ocorreram na Praça dos Três Poderes. Os próximos depoimentos prometem trazer mais informações para a comissão e para o público, visando a transparência e a busca pela verdade dos fatos.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!




Botão Voltar ao topo