CAMARA DOS DEPUTADOS – “Oposição apresenta voto em separado na CPMI e pede indiciamento de Lula e mais cinco autoridades por ataques aos Poderes”

No dia 17 de outubro de 2023, parlamentares da oposição apresentaram um voto em separado na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que está investigando os ataques às sedes dos três Poderes em 8 de janeiro. Eles exigem o indiciamento do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pelos crimes de destruição do patrimônio público, dano qualificado e prevaricação.

O presidente do colegiado, deputado Arthur Oliveira Maia (União-BA), agendou a votação do parecer da relatora para a próxima quarta-feira (18), às 9 horas.

De acordo com os 16 parlamentares da oposição que assinam o voto em separado, Lula foi deliberadamente omisso diante das invasões aos prédios públicos, visando obter benefícios políticos com esses ataques.

“A condescendência de Lula teve um papel fundamental ao permitir a invasão e a destruição do patrimônio público. Se ele tivesse agido de acordo com suas atribuições legais e protegido os prédios públicos federais, especialmente o Palácio do Planalto, as invasões não teriam ocorrido ou os danos seriam minimizados”, afirmou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Além de Lula, a oposição pede o indiciamento de outras cinco autoridades: o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino; o general Gonçalves Dias, ex-ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); o ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Saulo Moura; o ex-comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) coronel Klepter Rosa Gonçalves; e o tenente-coronel Paulo José Ferreira de Souza Bezerra, ex-chefe interino do Departamento Operacional da PMDF.

O deputado Delegado Ramagem (PL-RJ) acusou os membros do governo atual de terem conhecimento prévio das invasões, e o ministro Flávio Dino de ter eliminado provas dos crimes ao se recusar a entregar as imagens internas do Ministério da Justiça. “Permitiram que mil vandalos vandalizassem tudo e não fizeram nada”, criticou Ramagem.

No relatório principal da CPMI, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) pediu o indiciamento de 61 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele é acusado de associação criminosa, violência política, abolição violenta do estado democrático de direito e golpe de Estado.

No voto em separado, a oposição também solicita a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que garantiria que as CPMIs sejam necessariamente compostas pelos membros que solicitaram a criação da comissão. O deputado André Fernandes (PL-CE) observou que dos 64 membros da CPMI do dia 8 de janeiro, 38 não assinaram o pedido de criação da comissão. Ele também acusou a relatora de acolher a narrativa do PT em seu parecer.

O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) criticou a adoção, por parte da relatora, da narrativa de golpe de Estado e do crime de multidão. Ele pediu que as condutas dos manifestantes sejam individualizadas, alegando que apenas uma pequena minoria foi responsável pelos danos ao patrimônio público. Nikolas também acusou a relatora de tentar criminalizar movimentos populares de direita.

Segundo ele, o Poder Judiciário está perseguindo o governo Bolsonaro. Por essa razão, o voto em separado sugere a aprovação de uma PEC que submeta explicitamente o Supremo Tribunal Federal (STF) ao Conselho Nacional de Justiça. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) afirmou que “o STF é incompetente para todos os julgamentos parciais que estão ocorrendo”.

A oposição também pleiteia a aprovação de um projeto de lei que revise os artigos do Código Penal que tratam de golpe de Estado e da abolição violenta do estado democrático de direito, a fim de proporcionar anistia “a todos os prejudicados pela interpretação desses artigos de forma completamente divorciada da intenção da lei”.

O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) apresentou outro voto em separado, no qual pede que o Ministério Público Federal responsabilize civil e criminalmente o ministro Flávio Dino e Gonçalves Dias pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do estado democrático de direito, omissão imprópria, dano qualificado contra o patrimônio da União, obstrução da justiça, entre outros.

No entanto, posteriormente, o próprio senador solicitou que seu relatório seja incorporado ao voto em separado dos outros 16 parlamentares da oposição.

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