Durante a audiência, o jornalista norte-americano Michael Shellenberger, responsável por divulgar os chamados Twitter Files Brasil, afirmou que Moraes estaria buscando censurar seus opositores políticos. Ele defendeu veementemente a liberdade de expressão, chegando a afirmar que até mesmo os nazistas e fascistas têm o direito de expressar suas ideias, para que estas possam ser debatidas e refutadas.
Os posicionamentos contrários às ações de Moraes também foram destacados por jornalistas como Glenn Greenwald, que questionou a legalidade dos pedidos de remoção de postagens e banimento de contas, sem aviso prévio ou justificativa adequada. O deputado Marcel van Hattem, autor do pedido de audiência, caracterizou as ações do ministro como um processo de “censura industrial” e “perseguição covarde”.
Por outro lado, o deputado Arlindo Chinaglia lamentou a falta de contraditório na audiência, ressaltando que todos os convidados compartilhavam o mesmo ponto de vista. Chinaglia ainda argumentou que, considerando a quantidade de solicitações de remoção por país recebidas pela plataforma X, o Brasil figurava em um posicionamento intermediário, contrariando a ideia de censura generalizada no país.
Em meio à discussão, o jornalista Eli Vieira Junior debateu sobre a questão da disseminação de fake news, defendendo que a legislação brasileira não criminaliza a produção ou propagação de notícias falsas. Segundo sua perspectiva, mentir não deve ser considerado um crime, a menos que resulte em ações prejudiciais concretas. A proteção da privacidade e a luta contra a censura também foram temas abordados ao longo da audiência.
Diante das diversas opiniões e análises apresentadas na audiência da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, fica evidente a complexidade e as controvérsias que envolvem a liberdade de expressão e a regulação da atividade jornalística nas redes sociais, refletindo um intenso debate sobre democracia, direitos individuais e regulação das novas tecnologias.