De acordo com os dados levantados, quase metade dos estudantes brasileiros nascidos entre 2000 e 2005 não completaram o ensino fundamental com uma trajetória regular, o que significa que enfrentaram repetência, reprovação ou abandonaram os estudos. No ensino médio, a situação é ainda mais crítica, com 59% dos alunos não concluindo os estudos na idade adequada.
O estudo se baseou em informações do Censo Escolar de 2007 a 2019, levando em consideração o nível socioeconômico das escolas e o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Patrícia Mota Guedes, superintendente do Itaú Social, destacou a importância de monitorar melhor a permanência dos alunos em sala de aula, ressaltando a dificuldade em garantir uma trajetória regular para a maioria das crianças e adolescentes antes mesmo de chegarem ao ensino médio.
O presidente da FPME, deputado Rafael Brito (MDB-AL), afirmou que o novo indicador criado pela Fundação Itaú é uma ferramenta fundamental para a formulação de políticas educacionais no Brasil. Ele citou o programa Pé-de-Meia, do governo federal, como uma estratégia para manter os alunos na escola, oferecendo incentivos financeiros aos estudantes do ensino médio.
Além disso, o estudo apontou desigualdades de gênero, raça, cor, renda e região, com as meninas apresentando trajetórias mais regulares do que os meninos. Os brancos e amarelos têm taxas de regularidade mais altas do que os pretos e indígenas, e alunos de escolas com perfil socioeconômico mais alto têm um desempenho melhor em relação à conclusão dos estudos na idade correta.
A evasão escolar e a falta de regularidade nas trajetórias educacionais são problemas graves que precisam ser enfrentados com políticas eficazes e atenção especial para garantir a permanência dos alunos nas escolas. A educação é um pilar fundamental para o desenvolvimento do país e a formação de cidadãos conscientes e preparados para o futuro.