CAMARA DOS DEPUTADOS – Empresário de fazendas de soja é acusado de financiar atos antidemocráticos em depoimento à CPMI.

No depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os ataques às sedes dos Três Poderes em janeiro deste ano, o empresário mato-grossense Argino Bedin, sócio de fazendas de soja e acusado de financiar atos antidemocráticos, optou por permanecer calado na maior parte do tempo. Bedin havia entrado com um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para não comparecer à CPMI, mas o ministro Dias Toffoli permitiu que ele não respondesse apenas às perguntas que o incriminassem.

Durante o depoimento, Bedin respondeu pontualmente a alguns parlamentares. Confirmou o seu grau de parentesco com pessoas que participaram de bloqueios de rodovias logo após as eleições de 2022. Além disso, afirmou empregar cerca de 100 pessoas em seus negócios. No entanto, quando questionado pela senadora Eliziane Gama sobre a quantidade de caminhões de sua família que bloquearam rodovias e vieram a Brasília para os protestos, Bedin preferiu não responder.

A senadora exibiu um vídeo durante o depoimento que mostrava que os bloqueios feitos pelos caminhões impediram a passagem de uma criança que precisava de uma cirurgia de emergência no olho. Outro vídeo revelou manifestantes armados, o que aumentou a tensão no ambiente.

O deputado Carlos Veras, autor de um dos requerimentos para a convocação de Bedin, afirmou que o empresário só estava na reunião porque a democracia tinha vencido. Veras pediu uma avaliação sobre os atos de janeiro e destacou que Bedin financiou campanhas e recebeu recursos públicos para suas empresas.

Durante o depoimento, deputados de oposição elogiaram a trajetória empresarial de Bedin, alegando que ele não poderia ser responsabilizado pelos atos ocorridos em janeiro. Porém, o clima foi tenso e diversos debates acalorados ocorreram entre parlamentares.

Além disso, os integrantes da CPMI rejeitaram, por 14 votos a 10, a convocação de comandantes da Força Nacional para prestarem esclarecimentos sobre a atuação da corporação durante os ataques. Essa decisão gerou críticas por parte de deputados e senadores de oposição.

O último depoimento da CPMI está agendado para quinta-feira e contará com a presença do subtenente Beroaldo Freitas Júnior, do Batalhão de Choque da Polícia Militar do DF. Não estão previstas reuniões para a próxima semana.

Durante a reunião, deputados aliados ao governo e de oposição comentaram a decisão do ministro Nunes Marques, do STF, que suspendeu a quebra de sigilo bancário, fiscal e telemático do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, determinada pela CPMI.

A leitura do relatório final da CPMI está marcada para o próximo dia 17, e o presidente da comissão, deputado Arthur Oliveira Maia, anunciou que a oposição apresentará um voto em separado.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!




Botão Voltar ao topo