CAMARA DOS DEPUTADOS – “Debate na Câmara discute implementação de políticas públicas para aumentar áreas ambientais protegidas no Brasil”

O Brasil possui atualmente mais de 530 mil hectares de áreas ambientais protegidas em Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPN). No entanto, especialistas afirmam que esse número poderia ser significativamente maior se houvesse a implementação de políticas públicas de incentivo. De acordo com Jorge Velloso, representante da Confederação Nacional das RPPN, o país poderia chegar a conservar 5 milhões de hectares em propriedades privadas com os devidos estímulos.

Essa questão foi tema de debate durante uma audiência pública realizada pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (26). Segundo Velloso, se houvesse um fortalecimento das políticas de reconhecimento e fomento, o Brasil poderia se tornar ainda mais relevante no cenário mundial em relação à conservação privada. Ele destacou a importância de investimentos na conservação da biodiversidade por parte do governo e da iniciativa privada brasileira.

Dentre os benefícios apontados pelos especialistas, estão medidas como incentivos fiscais, linhas de crédito especiais para a criação e manutenção das unidades de conservação e a criação de um fundo público de financiamento da atividade. Atualmente, os proprietários de reservas recebem apenas a isenção do Imposto Territorial Rural (ITR). Porém, ao criar uma reserva particular, o dono do terreno garante a preservação ambiental de forma permanente, já que, pela lei, o processo não pode ser revertido. As únicas atividades permitidas nessas áreas são turismo, educação ambiental e pesquisa.

Para o deputado Welter (PT-PR), é fundamental compensar os proprietários, que têm perdas econômicas ao criar uma unidade de conservação, mas garantem a preservação das espécies da fauna e da flora. Ele ressaltou a importância de uma política que ofereça uma compensação aos produtores, já que eles deixam de obter renda com o espaço utilizado para a preservação.

Outra questão discutida durante o debate foi a restauração de áreas degradadas para que se tornem unidades de conservação. Erich Fischer, doutor em Ecologia pela Universidade Estadual de Campinas, ressaltou que a legislação deveria incentivar essa prática. O Brasil perdeu 96 milhões de hectares de vegetação nativa entre 1985 e 2022, segundo dados do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia. Mauro Pires, presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), considerou a ideia louvável e lembrou que o país possui uma meta de restauração de 12 milhões de hectares degradados.

A deputada Camila Jara (PT-MS), autora do pedido para a realização do debate, é relatora de um projeto que propõe incentivos para as Reservas Particulares de Patrimônio Natural. Ela enfatizou a importância de encontrar formas de estimular a criação de mais unidades, ressaltando que a riqueza ambiental é um dos principais ativos do país.

Em resumo, o debate na Câmara dos Deputados evidenciou a necessidade de políticas públicas de incentivo à criação e manutenção de Reservas Particulares de Patrimônio Natural no Brasil. Com medidas como incentivos fiscais e linhas de crédito especiais, o país tem potencial para conservar muito mais áreas ambientais. Além disso, a restauração de áreas degradadas também foi discutida como uma forma de ampliar as unidades de conservação no país. A criação de um fundo público de financiamento foi outra proposta levantada durante o debate. A deputada Camila Jara é relatora de um projeto que busca fomentar a criação de novas reservas.

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