CAMARA DOS DEPUTADOS – Comissão de Direitos Humanos debate avanços e desafios das políticas de cuidado aos idosos e planeja proposta para 2024

Representantes da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados se reuniram nesta quarta-feira (29) para debater os avanços e desafios das políticas de transferência de renda para idosos, bem como as necessidades de consolidação das políticas públicas de cuidados. Entre os dados levantados pelo Ministério de Desenvolvimento Social (MDS), destaca-se que 40% dos idosos estão no Cadastro Único e são aptos a receber o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), enquanto 5% encontram-se acamados em domicílio, demandando cuidados intensivos.

Maria Carolina Pereira Alves, representante da Secretaria Nacional da Política de Cuidados e Família do MDS, ressaltou a importância de analisar as políticas existentes e cobrir lacunas por meio de ações conjuntas entre Estado, famílias e iniciativa privada. Ela afirmou que a expectativa não é criar uma política do zero, mas identificar as ofertas já existentes e verificar quais são as lacunas que precisam ser preenchidas.

Além disso, Maria Carolina declarou que a expectativa é de que em maio de 2024 seja lançada uma proposta para a Política Nacional de Cuidados, visando abordar as demandas de cuidado apresentadas pela população e identificar as políticas que precisam ser regulamentadas e financiadas.

Symone Bonfim, secretária substituta da Secretaria Nacional em Defesa da Pessoa Idosa, enfatizou a necessidade de a política de cuidados extrapolar o âmbito familiar e envolver outros setores da sociedade, especialmente em uma população cada vez mais envelhecida. Ela ressaltou a importância do protagonismo da pessoa idosa como sujeito de direitos e destacou a urgência em priorizar o tema do envelhecimento.

A deputada Erika Kokay (PT-DF), que solicitou a audiência, também defendeu a centralidade nas pessoas no que diz respeito aos cuidados, afirmando que o cuidar não pode ser apropriado pelo mercado e que é necessário impedir a mercantilização das próprias pessoas.

Outro ponto abordado durante a audiência foi a desigualdade entre a população idosa, levantando a necessidade de avaliar os níveis de desigualdade para direcionar melhor as políticas de cuidado e transferência de renda a essa população. A diversidade e heterogeneidade do envelhecimento foram destacadas como fatores que devem ser considerados, com a defesa da dignidade sem distinção.

Foi mencionado ainda que o Brasil ainda não aderiu à Convenção Interamericana sobre proteção dos direitos das pessoas idosas pactuada pela OEA em 2018, devido a polêmicas sobre trechos que garantem o direito das pessoas idosas a conviverem com o gênero de sua escolha.

Dessa forma, a audiência foi marcada por discursos que ressaltaram a importância de aprimorar as políticas de cuidados para a população idosa, em meio a desafios e necessidades de adaptação e implementação de medidas que garantam a dignidade e os direitos desses cidadãos. A expectativa é de que a proposta para a Política Nacional de Cuidados seja lançada em maio de 2024, visando atender às demandas apontadas durante o debate.

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